Um dia, a Verdade resolveu visitar um grande palácio de um rei. Envolta em lindas formas, totalmente nua, foi ela bater à porta do rico palácio.
O chefe da guarda, vendo a mulher desconhecida e nua, exclamou: "a Verdade quer penetrar neste palácio! Não! Nunca! Que seria de mim, que seria de todos nós, se a Verdade aqui entrasse? A perdição, a desgraça nossa! Uma mulher nua, despudorada, não entra aqui!
Um dia, a Acusação resolveu também visitar aquele palácio.
A Acusação se cobriu de um couro grosseiro como os que usam os pastores e foi bater à porta do suntuoso palácio.
Ao ver aquela formosa mulher grosseiramente vestida com peles, o chefe dos guardas perguntou-lhe:
- Quem és?
- Sou a Acusação!
O chefe dos guardas, zeloso da segurança do palácio, repetiu, aterrorizado: " a Acusação quer entrar nesse palácio? Não! Nunca! Que seria de mim, que seria de todos nós, se a Acusação aqui entrasse! A perdição, a desgraça nossa! Dize-lhe que não, que não pode entrar! Dize-lhe que uma mulher, sob as vestes grosseiras de um zagal, não pode falar ao rei, nosso amo e senhor!
Um dia, a Mentira também resolveu visitar aquele palácio. Vestiu-se com riquíssimos trajos, cobriu-se com joias e adornos, envolveu o rosto em um manto diáfano de seda e foi bater à porta do palácio em que vivia o glorioso rei..
Ao ver aquela encantadora mulher, o chefe dos guardas perguntou-lhe:
- Quem és?
- Sou a Mentira - respondeu ela, em tom meigo e mavioso.
O chefe da guarda disse: "a Mentira quer entrar neste palácio! Allah seja louvado! Que entre! Bem-vinda seja a encantadora mentira: Cem formosas escravas irão recebê-la com flores e perfumes! Quero que a mentira tenha, neste palácio, o acolhimento digno de uma verdadeira rainha!
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