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Com 3 mil árvores, florada de ipês modifica a paisagem em Tangará

Luciana Menoli

Com uma chuva no comecinho de julho e a temperatura a picos, os ipês começaram, antecipadamente, a colorir ruas, praças, quintais e propriedades em geral nas zonas urbana e rural de Tangará da Serra, no médio norte de Mato Grosso.  Acostumado ao clima do cerrado, com temperatura alta, a espécie escolhe geralmente o início da segunda metade do ano para florescer, anunciando, com um mês de antecedência, a primavera. Contudo, neste ano, com algumas chuvas pontuais, ilhadas por umidade baixa do ar, os ipês começaram a florir cerca de um mês antes, em pleno alto inverno, colorindo a cidade e o campo.

Com cerca de 30 mil indivíduos nos limites do município e pelo menos 30% disso na zona urbana, as Avenidas Tancredo Neves e Brasil espelham esse colorido com pelo menos 3 mil árvores, em sua maioria ipê-rosa. Alguns ipês-amarelos, menos ainda, brancos salpicam a paisagem.

Além disso, como a florada foi adiantada em cerca de um mês, muitas árvores ainda se apresentam recobertas por folhas (o ipê perde as folhas, devido à sequidão da época, para dar lugar às flores), o que pode proporcionar a impressão de que haverão duas floradas no ano. A manutenção das folhas na espécie também se deve ao trabalho de aguamento dos canteiros que a Sinfra vem fazendo, pois, no campo, onde não há o ato, os ipês se erguem majestosos, principalmente o amarelo, cuja árvore é maior e parece se destacar em meio ao cerrado, empalidecido de ocre pela seca.

De acordo com o ambientalista Luís Alberto Pereira, é incomum a florada ser adiantada, porém, com as constantes mudanças climáticas, estas nunces diferenciadas na natureza estão cada vez mais presentes. “Apesar de ser um sinal de que o tempo está seco, o que não é bom para nossa saúde, podemos contemplar por mais tempo este belo espetáculo da natureza”, ressalta.

O ipê-rosa é uma árvore brasileira. Há várias Tabebuias conhecidas como ipê-rosa. De crescimento bem rápido em regiões livres de geadas (em dois anos ela atinge 3,5 metros), pode atingir até 35 m. A Tabebuia impetiginosa é originária da Bacia do Paraná, conhecida também por piúva. Floresce abundantemente de junho a agosto, e prefere climas mais quentes, porém, num inverno seco e ameno, ela oferece também uma linda florada no começo da primavera, o que é o caso de nossa região. Ideal para áreas isoladas, ou paisagismo de grandes avenidas, o ipê-rosa prefere solos férteis e bem drenados.

É largamente empregada no paisagismo em geral por apresentar belíssimas inflorescências de cor rosa. É uma espécie recomendada para recuperação de ecossistemas degradados, sendo considerada promissora para revegetação de áreas contaminadas com metais pesados. Alguns autores consideram a Tabebuia avellanedae e a Tabebuia impetiginosa da mesma espécie.

O ipê-rosa é uma árvore Bignoniaceae nativa da América do Sul, distribuída bem entre o México e o Norte da Argentina, por conseguinte às regiões tropicais e subtropicais.

Suas flores duram de maio a agosto. As suas numerosas flores são recortadas e na forma de sino. A sua madeira é preciosa. É uma espécie conspícua e famosa com uma história longa do uso humano, usada como medicamento, e é utilizada na medicina alternativa. O ipê contem potássio, cálcio, ferro, bário, estrôncio e iodo. Contem também um potente antibiótico. Possuindo vários nomes populares, ipê-comum, ipê-reto, ipê-rosa, ipê-roxo da mata, pau d´arco-roxo, etc. A madeira, às vezes, é comercializada como "pau-brasil".

Ipê-do-cerrado é um dos nomes populares da Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. 1832, nativa do cerrado brasileiro, nos estados de Amazonas, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Está na lista de espécies ameaçadas do estado de São Paulo, onde é encontrada também no domínio da Mata Atlântica. Ocorre também na Argentina, Paraguai, Bolívia, Equador, Peru, Venezuela, Guiana, El Salvador, Guatemala e Panamá. Há uma espécie homônima descrita por A.H. Gentry em 1992.Outros nomes populares: ipê-amarelo, ipê-cascudo, ipê-do-campo, ipê-pardo, pau-d´arco-do-campo, piúva, tarumã.

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