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Estelionatários usam idosos em golpes milionários em MT e depois os matam

Moisés Bispo dos Santos
de Areenápolis (MT)

 A Policia Civil de Mato Grosso prendeu cinco pessoas na cidade de Arenápolis, médio Norte de Mato Grosso, integrantres de uma  quadrilha que estava atuando na região, especificamente nos municípios de Tangará da Serra em Arenápolis, Nortelândia, Cuiabá e Várzea Grande, através da falsificação de documentos para saques elevados.  Essa quadrilha agia  junto as agências do Banco do Brasil, em fraude de ações da Petrobras na Bolsa de Valores e utilizava idosos com nome de pessoas já falecidas. Suspeita-se que, posteriormente, essas pessoas usadas eram executadas por serem arquivos vivos contra a quadrilha.

“A Policia Civil agiu rápido. Conseguimos seguir os passos da quadrilha, que contava com um advogado por nome Max, que inclusive havia sido preso na Operação Asafe, desencadeado pela Policia Federal”- disse o delegado Wilson Leite. O advogado em questão é Maxweize Mendonça, que fora preso com outros quatro profissionais da área. Segundo o delegado, o advogado continuou a aplicar golpes e novamente fez parte dessa quadrilha de estelionatários, falsificando documentos públicos e cooptando idosos, com o objetivo justamente de lesar o Banco do Brasil.

Também foram presos na operação: os idosos Adelaide Severino Gonçalves e José Facioli, Denivaldo Antônio de Santana,  agenciador vindo de Goiânia (GO), responsável por conseguir documentos falsos e entregar ao advogado, e Jussara da Silva Trigueiro, funcionária do Banco do Brasil de Arenápolis. A Polícia ainda tenta prender um sexto elemento.

De acordo com as investigações, os criminosos cooptavam  principalmente pessoas com idade acima de 60 anos, sem familiares. Eles recebiam uma porcentagem do golpe. Através de documentos falsos, esses idosos efetuavam os saques nas contas das pessoas falecidas.  Na operação em Arenápolis, uma delas foi presa e entregaria a quadrilha R$ 700 mil e receberia em troca R$ 26 mil.

A quadrilha de fraudadores fazia saques, transferência e venda de Ações de Bolsa de Valores. Um cliente de Porto Alegre (RS) foi lesado em cerca de R$ 600 mil. Ele investia na bolsa de valores, mas quando as ações eram vendidas, o dinheiro caia na conta da quadrilha aberta na agência de Arenapólis. Um montante de R$ 700 mil seria pago a quadrilha quando presos na operação.

O golpe contaria com o apoio de funcionários do Banco do Brasil, que também recebiam parte do dinheiro. “Essas pessoas estiveram no Banco do Brasil na manhã da última terça-feira, mas já haviam estado em dias anteriores. Eles tiveram contato com uma das funcionárias do Banco do Brasil, saíram para almoçar juntos, o que é muito estranho, esse tipo de comportamento, onde o funcionário sair para almoçar com o cliente, principalmente quando esse cliente não é da região” – explicou o policial.

Wilson Leite explicou que as contas fraudadas na realidade não são do Estado de Mato Grosso. Segundo ele, essa funcionária do Banco do Brasil de Areanápolis cooptou, entrou no sistema bancário e o dinheiro na realidade era para ser sacado no interior do Mato Grosso, que era Arenápolis. “Flagramos tanto o advogado, como os dois idosos e mais uma outra pessoa que veio de Goiânia, que era justamente uma das pessoas que traz os documentos falsos para entregar para os idosos e eles foram todos presos” – disse. Os envolvidos  foram atuados em flagrante pelo crime de formação de quadrilha, documento falso e estelionato.

Segundo o delegado regional, as pessoas envolvidas com a quadrilha, os chamados “laranjas”, eram cientes da situação. “Tanto é que eles ciência, iriam receber determinada importância pecuniária além de documentos falsificados para que eles pudessem servir de laranja para receber a importância pecuniárias nas agências” - observou.

Leite acredita que pelo fato de ser um arquivo vivo com certeza a quadrilha não iria deixa-la viva. Ele informou que uma dessas pessoas detidas responde por tentativa de homicídio em Goiânia.  “Eu acredito que a quadrilha com certeza eliminaria essas pessoas idosas” – disse.

Foram dois meses de investigação. Trata-se de uma quadrilha especializada montada em Goiânia que utilizava  o interior do Estado para aliciar os funcionários do Banco do Brasil. A quadrilha já agiu em Camboriu (SC) e também em cidades de  Minas Gerais e estava agindo em Arenápolis. Ainda em Mato Grosso, em Tangará da Serra, existe um dos envolvidos. A Polícia já descobriu também que em Nortelândia os funcionários do Banco do Brasil eram estimulados  com o objetivo de fazer com que essas ações fossem facilitadas. “Estamos aguardando o final da investigação para pedir a prisão temporária do envolvido “ – anunciou.

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