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MT: Servidores presos por fraude em CNH podem responder por cinco crimes


A Polícia Civil informou que as sete pessoas presas na manhã desta segunda-feira (23) durante a Operação Palma de Ouro podem responder por crimes de corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, tráfico de influência, inserção de dados falsos em banco de dados da Administração Pública e formação de quadrilha. A ação da polícia é contra fraude na emissão de Carteira Nacional de Habilitação e os mandados de prisão preventiva foram cumpridos em Cuiabá, Tapurah e Lucas do Rio Verde, a 418 e 360 km da capital respectivamente. 

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De acordo com a polícia, três servidores do Departamento Nacional de Trânsito (Detran-MT) foram presos na capital. Já dois proprietários de autoescola e dois instrutores de trânsito foram presos em Tapurah e em Lucas do Rio Verde. Também foram cumpridos seis mandados de busca em residências, na autoescola e no Ciretran de Tapurah.

O delegado de Tapurah, Luiz Henrique de Oliveira, responsável pelo inquérito, contou que as investigações iniciaram com denúncias contra uma autoescola no município. Segundo a polícia, alguns candidatos à obtenção de Carteira Nacional de Habilitação, com processos administrados pela autoescola, estavam recebendo aprovação nos testes práticos de direção, sem que se submetessem ao exame, mediante o pagamento de propina.

Conforme a Polícia Civil, a operação foi deflagrada a partir da denúncia feita por um aluno que pagou R$ 2 mil de propina para uma autoescola de Tapurah com o objetivo de realizar a mudança do tipo de carteira.O aluno pretendia mudar a CNH de ‘B’ para ‘C’, podendo dirigir caminhão de carga e micro-ônibus.

O aluno fez gravações de vídeo demonstrando toda a negociação com o gerente da autoescola e encaminhou a denúncia à polícia. O dinheiro solicitado foi depositado em uma conta bancária indicada pelo gerente no dia 3 de abril. A investigação apontou que a conta seria da neta do gerente.

O delegado disse que há imagens do candidato saindo do local do teste após a assinatura da lista de presença comprovando que ele não teria feito a prova prática. No entanto, o nome dele estava na lista oficial de aprovados.

Outros alunos também teriam se beneficiado do esquema e foram aprovados sem fazer a prova. De acordo com o delegado, na data do teste, os candidatos combinados apenas assinavam a lista de presença no local de prova, sem entrar no veículo para fazer os testes de baliza, garagem e rua.

A investigação apontou que o esquema seria gerenciado pelo proprietário da autoeescola que intermediava, junto aos examinadores do Detran, a suposta compra da aprovação dos candidatos. “Também há sérios indícios de que alguns candidatos não estavam realizando as aulas práticas necessárias à aprendizagem de direção, mas mesmo assim eram relacionados para fazer o teste”, disse o delegado Luiz Henrique.

A Polícia Civil realizou a filmagem integral de um teste prático ocorrido no dia 5 de abril deste ano, em Tapurah. As imagens mostram no teste da categoria A (moto), a presença de 50 candidatos, enquanto figuram na lista de aprovados 53.

Com a prisão temporária dos suspeitos, o delegado Luiz Henrique disse que a Polícia Civil espera avançar nas investigações, esclarecendo os detalhes relacionados às fraudes e identificando todos os candidatos que pagaram propina e obtiveram aprovação para retirada da carteira de habilitação.

O nome da operação “Palma de Ouro” é uma referência ao prêmio de cinema do Festival de Cannes, uma vez que a prova principal obtida pela polícia foi com base em filmagens e vídeos. G1

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