Os mais jovens não tiveram oportunidade de participação nas
grandes vigílias cívicas eleitorais. Nem haverá mais essa possibilidade. O
crescimento das cidades, o avanço tecnológico na informática, além de outras
dificuldades, como a insegurança, falta de transporte urbano, fizeram com que a
comunicação dos candidatos fosse concentrada no horário político eleitoral
gratuito.
Como o tempo dessa apresentação depende do número de deputados
federais que cada partido tenha na Câmara dos Deputados, explica-se o trabalho
dos candidatos em procurar o maior número de legendas para fazer coligações,
trabalho que não é tão simples, tendo em vista o número de partidos com
registro no Tribunal Superior Eleitoral e o critério de repartição do tempo.
Nos últimos anos, os eleitores preferiam a passeata ao
discurso dos candidatos. Era a noite inteira marchando e cantando as músicas
preferidas, entremeadas com ritmos que estivessem nas paradas musicais. Com a
proibição e fim dos espetáculos, a palavra dos candidatos passou a ser
escutada. Antes, muitos se retiravam do local, retornando nos intervalos entre
oradores, quando as bandas voltavam a tocar.
Os políticos gostaram, pois
diminuiu a despesa com os comícios. Passou-se a investir mais na realização de
pesquisas de opinião pública e na produção do programa eleitoral. Os críticos
reclamam que uma comunicação melhor, mais emocional pode ser mais importante
que o conteúdo dos programas propostos pelos candidatos.
Em relação às pesquisas, no início são utilizadas para saber
o quanto os candidatos definidos são conhecidos. Sua importância maior é quando
começa o horário eleitoral e a propaganda dos candidatos na TV e nas emissoras
de rádio. Muitos afirmam que desligam a televisão no horário destinado aos
candidatos, mas, aos poucos, os nomes vão sendo mais conhecidos e a audiência
vai aumentando.
Como o tempo é importante, o ex-presidente Lula não hesitou em
fechar aliança do PT de São Paulo com o PP de Paulo Maluf, em troca de preciosos
1 minuto e 43 segundos que este partido tinha a oferecer ao candidato Fernando
Haddad, num total de 7 minutos e 35 segundos no horário dessa coligação. Nove
segundos a menos que Serra, que poderia ter ampliado sua apresentação caso
tivesse conquistado o PP de Paulo Maluf.
Tem-se discutido o que será mais importante nas eleições de
2012, a publicidade ou o escritório de advocacia. Os dois se completam e
procuram trabalhar em conjunto. Quando um candidato está crescendo nas
pesquisas, geralmente as oposições entram com mais processos contra ele, na
Justiça Eleitoral.
O objetivo é tirar minutos de propaganda desses candidatos
para evitar que cresçam. Os escritórios de campanha montaram serviços de
escuta, com estagiários acompanhando programação de rádio e televisão. Outra equipe
monitora o que é publicado nos jornais, assinalando tudo que julgar importante.
Ao menor deslize, um motoboy dispara em direção ao escritório de campanha,
entregando material suficiente para ser utilizado pelos advogados. Laire Rosado
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