Valor – A três meses e meio da eleição, dirigentes do PT avaliam que nunca antes, desde 2005, os efeitos do mensalão se fizeram sentir sobre o partido como agora, nas eleições de 2014. A situação é atribuída sobretudo ao desgaste produzido pelo julgamento da Ação Penal 470, entre agosto e dezembro de 2012. Foram 53 sessões do Supremo Tribunal Federal (STF), transmitidas ao vivo pela televisão, que expuseram as vísceras do PT e do governo Lula. Em 2013 foram à pauta os embargos infringentes, sem tanta audiência quanto o julgamento da AP 470, mas o bastante para enxovalhar a imagem do partido mais popular do país. Dirigentes históricos foram presos.
Nas duas eleições realizadas desde então (2006 e 2010), Luiz Inácio Lula da Silva foi reeleito e elegeu Dilma Rousseff sucessora. Ambas decididas no segundo turno. Os efeitos do mensalão foram moderados na eleição para a Câmara, em 2006 – o partido caiu de 91 para 83 deputados, mas se manteve entre os grandes da Câmara. No período que antecedeu o julgamento da AP 470 – a ação do mensalão -, a direção do PT bem que tentou transformar o escândalo numa página virada. Acabou aprisionada no discurso de que os acusados de participar do esquema tiveram um julgamento político. Não funcionou.
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