Parlamentares de oposição e integrantes da CPMI da Petrobras reforçaram ontem a necessidade de aprofundamento das investigações sobre o envolvimento de políticos com o esquema de corrupção na Petrobras desvendado pela Operação Lava-Jato. O coro foi intensificado pela denúncia de que o líder da bancada do PT no Senado, Humberto Costa (PE), teria recebido propina de R$ 1 milhão do esquema para sua campanha eleitoral, em 2010. A informação teria sido revelada pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, como parte do acordo de delação premiada firmado por ele com o Ministério Público Federal e a PF. Em nota, Costa negou o recebimento do dinheiro e pôs à disposição seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. Segundo a denúncia, o dinheiro teria saído da cota de 1% do PP no esquema.
“Ele (Humberto) é o coordenador da bancada governista na CPMI”, disse o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que integra a Comissão. Ele classificou a denúncia de Paulo Roberto Costa como “dura” e “forte”. “Daqui a 10 dias (na próxima terça, 2 de dezembro), Paulo Roberto Costa vai ter de confirmar e detalhar essa informação no depoimento dele à CPMI. E depois as investigações vão ter de mostrar que têm procedência o que ele está dizendo. Se não tiver, a pena dele vai ser aumentada”, disse Delgado. “Essas denúncias têm de ser apuradas, não só em relação a ele, mas a todos os outros citados na delação premiada. E então o Congresso precisa encaminhar para os órgãos competentes”, completou o mineiro. A denúncia foi publicada na edição de domingo do jornal O Estado de São Paulo.
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