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O ex-vice-governador Chico Daltro (PSD) montou uma verdadeira “superestrutura” nos quatro anos que esteve no cargo. Neste período, a Vice-Governadoria chegou a abrigar 74 comissionados incluindo os lotados na Defesa Civil e Superintendência de Assuntos Indígenas.
Somente na folha de pagamento referente a dezembro de 2014 são 51 comissionados. O gabinete de Chico Daltro ainda contava com os serviços de outros 14 servidores efetivos exercendo funções DGA. Salários iam de R$ 850 à R$ 12 mil. Daltro recebia R$ 16,9 mil. Só na folha de dezembro, em salários, foram pagos 282 mil.
Nas peças orçamentárias disponibilizadas pela secretaria estadual de Planejamento (Seplan) consta que o gabinete do vice-governador, entre 2011 e 2014, movimentou mais de 32,8 milhões. Em 2013, o valor chegou a R$ 11,5 milhões.
Carlos Fávaro (PP), que assumiu a Vice-Governadoria prometendo acabar com os “superpoderes” ainda em 2015, reduziu as atribuições. Agora, as principais atividades são o acompanhamento das ações nos setores de infraestrutura e logística, desenvolvimento econômico e agricultura familiar. Além disso, vai atuar no Observatório de Gestão (OG), criado para integrar e monitorar os principais indicadores do Governo Pedro Taques (PDT), utilizando as soluções já existentes de forma otimizada em uma plataforma inteligente, geoprocessada e centralizada.
No que diz respeito ao número de comissionados, a equipe de Fávaro ainda está concluindo o raio-x da Vice-Governadoria e evita falar em números. Entretanto, a perspectiva é que sejam reduzidos em pelo menos 50%.
Superpoderes
A Lei Complementar 427/2011, encaminhada à Assembleia pelo próprio Chico Daltro em 2011, entregou ao vice-governador a responsabilidade sobre órgãos como Ager, MT Fomento, Defesa Civil e Cepromat. O texto ainda assegura ingerência total sobre as relações internacionais do governo de Mato Grosso e sobre a representação do Estado em Brasília, além do controle da articulação institucional com os municípios, dos projetos estratégicos e das políticas de telecomunicações e indigenistas.
A influência de Chico Daltro na gestão Silval Barbosa (PMDB) aumentou em dezembro de 2012, quando o então vice-governador passou a acumular o comando da secretaria estadual de Cidades (Secid), onde coordenou a implementação do programa MT Habita Mais de construção de moradias para servidores públicos. O social-democrata deixou a pasta somente no início de abril do ano passado para disputar as eleições.
Chico Daltro colocou o nome à disposição para concorrer a governador, mas foi preterido na disputa interna do PSD. Candidato a deputado federal, obteve 47.340 votos, mas não assegurou a vaga porque o partido não atingiu o coeficiente de 213 mil votos.
Outro Lado
Rdnews tentou contato com Chico Daltro. Entretanto, o vice-governador não atendeu nem retornou os telefonemas até a publicação desta matéria.
Confira, em anexo, a folha de pagamento da Vice-Governadoria.
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