Simone Ishizuka, repórter do GD
Uma manifestação está marcada para esta quinta-feira (15), em
frente à Unidade de Pronto-Atendimento do Coxipó, durante a paralisação
integral dos médicos da saúde pública da Capital. Eles protestam por mais
condições de trabalho, materiais de qualidade, além de discutir o piso salarial
que, segundo eles, gira em torno de R$ 1.200,00. A greve está prevista para
terminar até esta noite.
Somente atendimentos de urgência e emergência serão garantidos nas
Policlínicas e Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Morada do Ouro. Outras
três paralisações estão previstas para as próximas semanas.
Mesmo após a reunião entre o Sindicato dos Médicos (Sindmed – MT)
e a prefeitura de Cuiabá, profissionais da saúde decidiram cruzar os braços
para fazer uma série de denuncias que vem ocorrendo nas unidades de Cuiabá.
Segundo o diretor de comunicação da entidade, Osvaldo Mendes, clínicos sofrem
diversos tipos de agressões, seja física ou verbal.
“Não há condições de trabalhos nas unidades de saúde, e esta falta
de condição reflete diretamente na população, o que implica uma cobrança maior
e quem está na frente sempre é o médico e isso acaba sobrando para ele”, disse.
Mendes disse que não há qualquer tipo de estrutura para que os
médicos possam exercer a profissão. “Não há medicamentos, os materiais são de
péssima qualidade. Teve casos no PSM (Pronto Socorro da Capital) de que a
tesoura não cortava, além de não haver macas suficientes nas unidades, o que
expõe os pacientes e também a segurança, que é falha”.
Além destas reivindicações, manifestantes querem reforçar a
campanha nacional de salário, que visa passar para R$ 10.960,00, segundo o
Fenam (Federação Nacional dos Médicos). “Um médico cubano ganha em torno de R$
12 mil, enquanto nós brasileiros estamos nesta situação. Queremos um salário
digno com condições de trabalho”.
Outro lado – Em nota, a prefeitura de Cuiabá informou que a
Procuradoria-Geral ingressou nesta quarta-feira (14) uma medida judicial na
tentativa de impedir a paralisação dos médicos, que ocorre hoje. Segundo a
assessoria, a decisão foi tomada após o Sindimed se negar a continuar manter o
diálogo para buscar acordo com a Secretaria de Saúde, referentes às
reivindicações.
“Estamos entrando ainda hoje (14) com uma medida judicial no
plantão do Tribunal de Justiça para suspender todas as paralisações. Ainda
vamos insistir nas tratativas amigáveis, mas é preciso manter os serviços
essenciais à população”, disse o procurador-geral em exercício, Rodrigo Verão.
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