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O escândalo da Petrobras parece um poço sem fundo


De novo, o trocadilho: o escândalo da Petrobras parece um poço sem fundo. A prisão pela Polícia Federal do ex-diretor da Área Internacional da empresa Nestor Cerveró trouxe o assunto de volta às manchetes e deixou muita gente no meio político com a pulga atrás da orelha, para não dizer apavorados. O temor generalizado, em especial entre parlamentares do PMDB, é de que Cerveró adote a mesma tática de outros colegas de diretoria e peça delação premiada. O que terá a dizer – é o que corre no meio político – é nitroglicerina pura.

O fato de Cerveró estar vendendo ativos a preços muito abaixo dos de mercado e de ter até tentado resgatar com prejuízo de R$ 200 mil uma aplicação em fundo de previdência privada, que seria transferido à filha e foi detectado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), entre outros indícios, levou a Polícia Federal a pedir a sua prisão preventiva. O temor é que ele poderia estar se preparando até mesmo para fugir do país.

 A volta às manchetes do escândalo da Petrobras coloca também na berlinda a presidente da Petrobras, Graça Foster, que a presidente Dilma Rousseff (PT) insiste em manter no cargo, mesmo aconselhada por alguns de seus ministros mais próximos a não assumir o risco. Não custa lembrar que Graça, da mesma forma, andou se livrando de alguns ativos.

Tanto que o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, não perdeu a chance de provocar. Depois de alegar que a prisão de seu cliente “não tem cabimento”, ele aproveitou para cutucar: “Se Cerveró está preso, Graça Foster também deveria estar”.


No mesmo dia em que o PMDB levava a boa parte da bancada a Brasília e lançava a candidatura Eduardo Cunha (RJ) à presidência da Câmara dos Deputados , Nestor Cerveró é preso. Pode ser coincidência. Ou uma maldição.

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