Na denúncia criminal feita à Justiça pelo Ministério Público
Estadual (MPE), contra o ex-deputado José Riva (PSD) e mais 15 pessoas, os
promotores Samuel Frungilo, Marco Aurélio de Castro e Arnaldo Justino da Silva
afirmam que o empresário Júnior Mendonça foi peça fundamental para incluir Riva
no inquérito que culminou em sua prisão, na tarde deste sábado (21), em Cuiabá.
Mendonça é epicentro de um esquema de desvio de dinheiro público
do Governo do Estado, durante a gestão de Silval Barbosa (PMDB), investigado
pela Operação Ararath, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal
(MPF).
"Os pagamentos eram feitos no interior da Secretaria Geral da
AL/MT ou na empresa Globo Fomentos. O dinheiro era sempre colocado dentro de um
envelope" Segundo o MPE, Riva não figurava como investigado nos autos,
"até o momento em que foi encartado aos autos o conteúdo de declarações
prestadas em outra investigação levada a efeito pelo MPF, na qual foi possível
estabelecer o “link” entre aquele e os demais integrantes do bando".
Durante depoimento relacionado à Ararath, Júnior Mendonça relatou
que Riva tomava dinheiro emprestado por ele, em altas quantias, por meio de
factoring de "fachada". E que os pagamentos eram feitos por um então
servidor da Assembleia, Edemar Adams (já falecido), geralmente em espécie.
Envelope
Em seu depoimento, Júnior disse que Adams era responsável por
pagar todas as contas de Riva.
"Os pagamentos realizados por Edemar eram feitos no interior
da Secretaria Geral da AL/MT ou na empresa Globo Fomentos. O dinheiro era
sempre colocado dentro de um envelope", disse o empresário.
"Após o falecimento de Edemar Adams, em outubro do ano de
2010, fui diminuindo a realização de empréstimos, já que encontrei dificuldades
para quitação dos mesmos. Com o falecimento de Edemar, o próprio Riva assumiu a
gestão dos pagamentos dos empréstimos", disse Mendonça.
"O que se extrai do depoimento é que José Riva contraía
empréstimos de altos valores junto a empresas de factoring e, para honrar com
seus compromissos, forjava a execução de contratos fruto de processos
licitatórios com o fim de impingir ares de regularidade à retirada de dinheiro
dos cofres públicos", disse o MPE. FONTE Mídia News
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