DO JORNAL NACIONAL
Uma auditoria feita pela Controladoria Geral de Mato Grosso
encontrou problemas em 14 obras para a Copa do Mundo. Sete meses depois do
mundial, algumas ainda não ficaram prontas.
O relatório da auditoria aponta problemas que vão desde atrasos
até falhas estruturais. Na lista das obras está a mais cara de todas. O VLT -
Veículo Leve sobre Trilhos. O projeto prevê a construção de duas linhas com 22
quilômetros de extensão.
Entre os problemas apontados pelo relatório estão: falta de um
cronograma de execução da obra e falta de projetos executivo e de
desapropriação das áreas afetadas; também foram identificados problemas na
qualidade das obras em execução, e no que já foi executado.
Os técnicos declaram que sem projetos adequados não há como
garantir a qualidade e até a segurança das obras.
O VLT começou a ser construído em junho de 2012 e a previsão era
de que ficasse pronto antes da Copa. Mas até agora, segundo o laudo técnico,
apenas 16% dos trabalhos foram concluídos. E o consórcio responsável pela obra
já recebeu mais de R$ 1 bilhão.
Originalmente, o orçamento total do VLT era de R$ 1,477 bilhão.
Mas segundo o governo de Mato Grosso, serão necessários pelo menos mais R$ 500
milhões para a conclusão da obra.
“O recurso existe, mas há outras prioridades da sociedade que
precisam ser colocadas para uma decisão madura de quanto investir e em que
projeto", afirma o secretário de Projetos Estratégicos Gustavo de
Oliveira.
Outra obra com problemas é um viaduto. Ficou pronto, mas está
interditado há seis meses por falhas na estrutura que poderiam comprometer a
segurança. Já os centros de treinamentos para a Copa nunca foram concluídos e
as obras estão abandonadas.
“Isso é uma vergonha né. A cidade sede da Copa do Mundo não
conseguir terminar as obras. Tudo mal feito”, reclama o motorista Sidney Paiva.
Os Ministérios Públicos Federal e Estadual de Mato Grosso entraram
com uma ação contra o ex-governador Silval Barbosa, do PMDB, pelos prejuízos
com a obra inacabada do VLT.
O ex-governador disse que a entrega foi adiada por dificuldades no
projeto e o consórcio responsável pela obra afirmou que o atraso foi causado
pela demora no pagamento e na liberação de terrenos.
O atual governador Pedro Taques, do PDT, disse que vai cobrar na
Justiça a devolução do dinheiro gasto a mais e que não há prazo para a
conclusão dos centros de treinamento.
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