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Éder chama Rede Globo de mentirosa e ameaça processar emissora

KEKA WERNECK


O ex-secretário de Fazenda, Éder Moraes, emitiu nota, na tarde desta segunda-feira (23), informando que vai processar a Rede Globo por calúnia, porque a emissora teria faltado com a verdade na matéria “cadê o dinheiro que tava aqui”, divulgada no programa Fantástico, neste domingo (22) à noite.

A reportagem denuncia desvio de dinheiro público das obras da Copa em Mato Grosso e superfaturamento em contatos para publicação de material gráfico, expondo relações suspeitas entre a Assembleia Legislativa, o Governo do Estado e o setor empresarial.

A matéria, que chamou a atenção de expectadores de todo o Brasil, principalmente os mato-grossenses, expõe figuras da política local, como o próprio Éder Moraes, o ex-deputado estadual José Riva (PSD) e o ex-governador Silval Barbosa (PMDB).


“Todas as medidas judiciais necessárias serão adotadas para que a verdade seja restabelecida, e os caluniadores punidos pelos danos causados, na sua devida proporção”, ameaça Éder Moraes.

Na nota, Moraes fala que, “ao contrário do que foi publicado (...) em nenhum momento tive qualquer participação nos atos de gestão e quaisquer outros no que se refere à licitação, pagamentos, aquisições, editais, importações do VLT”.

O ex-secretário, que ano passado passou quase 80 dias preso pela Polícia Federal durante a quinta etapa da Operação Aratath, que apura crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, salienta, na nota, que “toda a precificação, aquisição de materiais e detalhamentos em editais, materiais rodantes, tecnologia, acompanhamento e gestão se deram fora do meu mandato como Secretário”.

Moraes reclama que a matéria, na qual o senador Blairo Maggi não é citado, embora a copa em Cuiabá tenha sido uma bandeira levantada no governo dele, “omitiu fatos importantes”.

Ele também rechaça os depoimentos mostrados no início da reportagem, porque já os teria retratado judicialmente.

“Reafirmo a minha inocência, que está sendo comprovada, pois não cometi qualquer ilegalidade, e não serão acusações dúbias, levianas e descabidas que influenciarão em qualquer julgamento, que deverá ser justo e isento, dentro do devido processo legal, não sendo influenciado por qualquer pressão midiática com intenção de manobra da opinião pública. Há um claro interesse em demonizar o VLT em detrimento de interesses outros não tão republicanos. Continuo confiando na Justiça deste país”, defende-se Éder Moraes.

O RepórterMT entrou em contato com a equipe do programa Fantástico, na Rede Globo do Rio de Janeiro, mas toda ela está de folga às segundas-feiras, porque trabalha no fechamento da edição no final de semana e somente nesta terça-feira poderia dar um posicionamento da emissora, diante desta nota.


Confirma a nota na íntegra.

Em atenção à matéria intitulada “cadê o dinheiro que tava aqui” divulgada na Rede Globo no programa Fantástico de 22 de fevereiro do corrente ano, esclareço.

1 – Ao contrário do que foi publicado em citada matéria jornalística, como ex-Secretário de Fazenda, Casa Civil e SECOPA do Estado de Mato Grosso, em nenhum momento tive qualquer participação nos atos de gestão e quaisquer outros no que se refere a licitação, pagamentos, aquisições, editais, importações do VLT;


2 – Informo que a licitação do VLT, em regime diferenciado de contratação – RDC – , foi feita na gestão do então Secretário da Copa Sr. Maurício Guimarães, que aconteceram em 3 (três) etapas e que foram publicadas no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso, sendo em: 23 de abril de 2012 (edital n.º 01/2012), 29 de setembro de 2012 (edital n.º 04/2012) e 06 de maio de 2013 (edital n.º 03/2013). Portanto, todos os atos foram praticados, adjudicados e homologados fora da minha gestão, pois ocupei o cargo de Secretário da SECOPA até o dia 18 de abril de 2012;

3 – Saliento que toda a precificação, aquisição de materiais e detalhamentos em editais, materiais rodantes, tecnologia, acompanhamento e gestão se deram fora do meu mandato como Secretário. Por conseguinte, a informação veiculada em matéria jornalística quanto à atribuição dos atos de gestão do VLT e qualquer responsabilidade a minha pessoa não correspondem à realidade, notadamente por inexistir, como esclarecido, qualquer envolvimento nos fatos levados a lume.

4 - Ressalto que a matéria divulgada omitiu fatos importantes, que necessitam ser esclarecidos. Tanto que não foi levada em consideração a pesquisa no Portal da Transparência do Governo Estadual no que tange a responsabilidade pelos desembolsos, bem como, procedimentos constantes no site www.mtnacopa.mt.gov.br suas datas e ordem cronológica.

5 – Quanto aos depoimentos que foram divulgados no início da matéria, esclareço que nenhum destes corresponde com a realidade, já que formalmente me retratei de todos, fato este já reconhecido judicialmente, e ainda deixei consignado que nenhum destes poderiam ser utilizados, porquanto inverídicos, não exprimindo com a verdade, somente em juízo será restabelecida a verdade dos fatos.

6 – Reafirmo a minha inocência, que está sendo comprovada, pois não cometi qualquer ilegalidade, e não serão acusações dúbias, levianas e descabidas que influenciarão em qualquer julgamento, que deverá ser justo e isento, dentro do devido processo legal, não sendo influenciado por qualquer pressão midiática com intenção de manobra da opinião pública. Há um claro interesse em demonizar o VLT em detrimento de interesses outros não tão republicanos. Continuo confiando na Justiça deste país.

7 – Por fim, todas as medidas judiciais necessárias serão adotadas para que a verdade seja restabelecida, e os caluniadores punidos pelos danos causados, na sua devida proporção.


ÉDER DE MORAES DIAS

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