Os relatórios sobre a obra do VLT, apresentados pelo secretário do Gabinete de Gestão Estratégica do Estado, Gustavo Oliveira, em audiência pública realizada na última segunda-feira (09), revelaram que já no mês de junho de 2013, o governo do Estado havia adiantado o pagamento de 84% dos vagões e trilhos do modal (material rodante), sendo que apenas 16% desse montante estavam investidos nas construções.
Os dados, conforme explicou Gustavo, foram repassados pela empresa contratada para fiscalizar a obra. Já no mês de maio a fiscalizadora teria identificado que com apenas 7% da construção concluída o governo do Estado já havia pagado 51% do material rodante do modal.
"Financeiramente a obra andava na frente do cronograma físico, porque 51% do material rodante já havia sido pago".
Neste período, o secretário relata que a mesma já recomendava que as obras fossem aceleradas e novas frentes de trabalho fossem abertas.
“O Estado antecipou contratualmente 51% de todo valor do material rodante ao consórcio. (...) Nesse momento, a gerenciadora muda sua metodologia porque financeiramente a obra andava na frente do cronograma físico, porque 51% do material rodante já havia sido pago. Isso causa uma percepção de andamento que é errado. Isso foi amparado numa cláusula contratual que o Estado de Mato Grosso aceitou”, declarou.
"Os projetos executivos, poderiam ser mais caracterizados como básicos pela falta de detalhes apresentados e que isso impactaria na qualidade de execução das obras”.
Ainda de acordo com o secretário, quando o Estado investiu na compra de vagões e trilhos já sabia, que os mesmos não seriam usados tão cedo devido ao grande atraso do cronograma das obras.
“Esses vagões foram encomendados já com uma clara noção de que essa entrega não seria compatibilizada com o andamento das obras, ou seja, os vagos chegariam aqui efetivamente antes de poderem ser usados pela população”, frisou.
ERROS DESDE O PRINCÍPÍO
Ainda no mês de junho de 2013, vários erros grosseiros de engenharia teriam sido contatados e apontados em todas as obras de mobilidade urbana, que compõem o modal do VLT, que àquela época compreendiam apenas o viaduto da UFMT, a Trincheira do Zero Quilômetro e pontos da Avenida Miguel Sutil.
De acordo com o secretário, a então Secretaria Extraordinária de Obras da Copa, responsável pela condução das construções, justificava os erros por ser pressionada a cumprir os prazos.
A empresa fiscalizadora também teria chamado a atenção da pasta quanto a isso e pela falta de projetos.
A empresa fiscalizadora também teria chamado a atenção da pasta quanto a isso e pela falta de projetos.
“Ela [fiscalizadora] nos diz mais que em todas as obras há erros grosseiros de construção e mais uma vez que eles não podem ser justificados por pressão de prazo, porque a velocidade das obras era muito baixa e nos diz que a Secopa vinha sendo exaustivamente lembrada pela gerenciadora sobre o problema da falta de projetos, e diz que os projetos são muito incompletos. Poderiam ser os projetos executivos, poderiam ser mais caracterizados como básicos pela falta de detalhes apresentados e que isso impactaria na qualidade de execução das obras”, relatou.
A empresa fiscalizadora foi contratada pelo custo de R$ 47 milhões de reais em janeiro de 2013, sendo que as obras iniciaram em julho de 2012.
Os relatórios apresentados na audiência pública estão disponíveis no portal do governo do Estado, no link abaixo.
FONTE: Repórter MT
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