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Batalha interna por cargos atrasa reforma administrativa e obriga governo a fazer ‘ginástica’ para atender aliados

Ronaldo Pacheco
Foto: Lucas Ninno/GCOM
Batalha interna por cargos atrasa reforma administrativa e obriga governo a fazer ‘ginástica’ para atender aliados
Quando o governador José Pedro Taques (PDT) anunciou, em outubro de 2014, que “aqueles que ajudaram ganhar as eleições iriam, também, auxiliar a governar”, certamente não imaginava a avidez com que os aliados se encontravam para ocupar espaço no governo de Mato Grosso. Espaço, leia-se, cargos no Poder Executivo. De preferência, com algum ‘poder na caneta’.

“Todos terão seu devido espaço. Ninguém será favorecido nem prejudicado”, afirmou Taques, às vésperas da sua posse, pouco depois de receber liberdade para montar o primeiro escalão – todos os secretários são considerados ‘escolhas pessoais’ do governador.
 
E é justamente a pressão por cargos que está causando uma das principais batalhas sem trincheiras, no novo governo. Responsável por atender aos aliados, o secretário Paulo Taques, chefe da Casa Civil, trata o assunto internamente, como máximo sigilo.

“Aqui tem autoridade: quem manda é o governador. O que nós fazemos é adequar as solicitações [dos partidos e parlamentares] às necessidades do interesse público. Nada mais”, resume Paulo Taques, que chega a atender até 150 pessoas por dia.

De certa forma, a voracidade é explicável: alguns partidos, como PSDB, DEM, PTB e o próprio PDT estadual, entre outros, estão fora do poder há mais de uma década. Desde que Dante de Oliveira e Fernando Henrique Cardoso foram apeados do poder, aguardam “uma boquinha”.

E o principal problema é que não existem cargos suficientes para agraciar a todos aliados. Especialmente porque Pedro Taques está implementando a maior reforma administrativa das ultimas décadas, no governo de Mato Grosso.

O projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa determina a extinção de 1,15 mil cargos de Direção e Assessoramento (DGAs) e 3,7 mil contratos temporários, para economizar em torno de R$ 150 milhões anuais. Como há excesso de pedidos e poucos cargos, a equação não fecha.

Parlamentares e dirigentes partidários fazer uma romaria diária, no Palácio Paiaguás, em busca de respostas aos pedidos de cargos. O endereço das cobranças quase sempre é o mesmo: Casa Civil.

São 15 deputados estaduais, cinco federais, um senador e presidentes de 12 partidos, além de prefeitos e vereadores, que buscam a interlocução com o titular da Casa Civil. Por conta disso, trabalhar 16 horas ou mais tem sido a  Paulo Taques.   

A expectativa do governo é de que até abril esteja tudo encaminhado. Pedro Taques necessita de uma base aliada sólida, na Assembleia. Todavia, isso só será possível com o preenchimento dos cargos reivindicados pelos deputados.

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