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Ex-deputado mensaleiro de MT Pedro Henry aparece em lista da Petrobras

RAFAEL COSTA


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, autorizou abertura de inquérito para apurar a suspeita de participação do ex-deputado federal por Mato Grosso, Pedro Henry (foto), no esquema de corrupção da Petrobras que desviou até R$ 10 bilhões dos cofres públicos, conforme revelado pela Polícia Federal nas investigações da Operação Lava Jato.

A decisão atendeu pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que encaminhou a Suprema Corte abertura de inquérito por conta dos indícios de participação de deputados federais e senadores da República, que gozam de foro por prerrogativa de função na esfera criminal.


Sem foro privilegiado desde que renunciou ao mandato de deputado federal, Pedro Henry deverá ter o pedido de investigação contra si encaminhado à Justiça Federal de Mato Grosso.

Membros da cúpula do PP como o atual presidente do diretório nacional, senador por Piauí Ciro Nogueira, e o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, atualmente conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios no Estado da Bahia, também serão investigados no esquema conhecido como “Petrolão”.

A suspeita é que o desvio de dinheiro da Petrobras, que pode atingir até a inacreditável cifra de R$ 88 bilhões, tenha servido para abastecer caixa 2 de campanha eleitoral, enriquecimento ilícito de diretores da autarquia estatal e compra de votos de parlamentares para votar favorável aos projetos do governo federal no Congresso Nacional.

Antes considerado um dos parlamentares mais influentes do Congresso Nacional, o que levou até mesmo a possibilidade de ser nomeado ministro dos Esportes no segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Henry foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República no “escândalo do mensalão”, que consistia em um esquema liderado pelo ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT), de pagar propina, de até R$ 30 mil, mensal a deputados federais para votar favorável a matérias de interesse do Executivo.


Condenado pelo STF a 7 anos e 2 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Henry cumpre pena no regime semiaberto. Inicialmente, trabalhava como médico na rede privada e dormia no anexo da Polinter. Atualmente, está usando tornozeleira eletrônica para ter seus passos monitorados e ganhou o direito de dormir em casa. O esquema de corrupção na Petrobras é considerado o mais grave da história da República. Isso por conta do montante desviado que pode chegar até R$ 88 bilhões e pela suspeita de envolvimento de 10% dos senadores dos quais se incluem o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ex-presidente da República e atual senador, Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Há também suspeitas em relação ao atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e contra ex-ministros como Edison Lobão (Minas e Energia) e Eduardo Palocci (Fazenda e Casa Civil). No total, o ministro do STF, Teori Zavascki, autorizou abertura de inquérito contra 28 autoridades. Na lista aparecem nomes da oposição à presidente Dilma Rousseff (PT) como o senador mineiro Antônio Anastasia (PSDB) e outros da base aliada como a ex-ministra da Casa Civil, senadora Gleisi Hoffman (PT-PR).

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