Todo mundo está inquieto com o governo Dilma. Uns mais revoltados; outros menos. E os contentes (acredito que sejam minoria) se esforçam para defender o indefensável. Dilma afundou o governo em crise. E está sitiada. Não pode andar nas ruas. O tema do impeachment deixou de ser tabu e passou a fazer parte da pauta política, mesmo que ainda de forma incipiente. A expectativa de multidões saírem para protestar no domingo vem forçada por agravantes. Um deles é a desorganização da economia. Soma-se ao desarranjo das contas públicas. Paralelo, os escândalos de corrupção.
Não é preciso ser especialista em economia para notar que a inflação sobe e a recessão se instala. Esse é o momento econômico que vivemos. Preços, que antes eram mantidos artificialmente baixos, disparam, como a taxa de câmbio e os custos de energia elétrica e de combustíveis. Esses reajustes deflagram ondas inflacionárias de repasses de custos que se difundem por toda a economia. A crise política torna tudo mais difícil. E quando mexe no bolso, todos viram onça.
Nesta sexta, em quase todos os Estados, estão ocorrendo manifestações em favor de Dilma, do governo, da Petrobras e do PT, convocadas pela Central Única dos Trabalhadores. O PT afundou a Petrobras. Agora, sai em seu socorro. Em Cuiabá, poucos atenderam ao chamamento da CUT. A manifestação fracassou.
E a de domingo, 15 de março? Quanto menos partidário, mais expressivo será o movimento. Diversas cidades se organizam para o ato antigoverno. O impeachment de Dilma depende de povo na rua. E tem de ser muita gente e por muito tempo, assim como na reta final da campanha pelas Diretas-Já. Os políticos temem perder o controle do processo. No dia em que o povo acordar, os governantes perderão o sono. Não se pode calar diante da flagrante degradação moral e do desastre econômico-social promovido pelo petismo. É o sentimento de indignação ganhando as ruas de novo para o bem da democracia e do país.
Na luta pela redemocratização do país, o povo foi protestar, apanhou da polícia do regime ditatorial, do qual a própria Dilma fora vítima, e ainda cantava versos de Geraldo Vandré: “Caminhando e cantando/ E seguindo a canção/ Somos todos iguais/ Braços dados ou não”.
Hoje, volta às ruas com a percepção de que "não somos iguais" e com Dilma presente, mas do outro lado dessa história como uma das responsáveis por desgraçar o país. Presidente, prepare os ouvidos! Romilson Dourado
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