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JANETE RIVA: MPF pede apreensão de dois aviões

KAMILA ARRUDA

O Ministério Público Federal (MPF) pediu a indisponibilidade de duas aeronaves registradas no nome da ex-secretária de Estado Janete Riva (PSD). O pedido ainda não foi apreciado pela Justiça.

A social-democrata foi denunciada pelo órgão na semana passada. Ela é acusada de envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro investigado por meio da Operação Ararath. Além dela, Avilmar de Araújo Costa, Altevir Pierozan Magalhães, Altair Baggio e Guilherme Lomba de Mello Assumpção também são réus nesta ação. Os denunciados, por meio das empresas L.B Notari, Supermercados Modelo e Multimetal, utilizaram-se de bancos clandestinos na tentativa de ocultar movimentações financeiras. De acordo com o MPF, todo o esquema era comandado pelo esposo de Janete, o ex-deputado estadual José Riva (PSD). O esquema foi desbaratado por meio da delação premiada de Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça.


Durante um de seus depoimentos à Justiça Federal, o empresário afirmou que o esquema se deu durante a construção de uma antena de transmissão, localizada no pátio da Assembleia Legislativa, pela empresa Baggio e Cia. Ltda., ou Multimetal.

Para tanto, Riva teria convencido Júnior Mendonça a tomar empréstimo em nome de sua empresa, Comercial Amazônia de Petróleo, para levantar a quantia de R$ 3 milhões que deveria ser repassada ao social democrata a título de empréstimo.

O montante foi depositado na conta do empresário em fevereiro de 2011. Assim que tomou ciência do depósito, Mendonça tratou de transferir o recurso às empresas indicadas por Riva.

Quatro empresas foram beneficiadas com a transação que se deu de modo oculto. Isto porque, Janete Riva supostamente integrava a sociedade da empresa que foi contratada pela Assembleia Legislativa, enquanto Riva era deputado e destinatário de recursos da empresa nas eleições de 2010.

Sete ações penais tramitam na Justiça Federal em desfavor de 14 envolvidos no esquema de crimes contra o sistema financeiro nacional investigado pelo Ministério Público Federal em Mato Grosso em conjunto com a Polícia Federal. Até o momento, as sete ações postulam a restituição de R$ 124.470.370,52, entendidos como dano à União. O esquema investigado pelo MPF refere-se aos crimes contra o sistema financeiro nacional, em especial à utilização das empresas de propriedade de Gércio Marcelino Mendonça Júnior, conhecido como Júnior Mendonça, como bancos clandestinos, isto é, empresas que não tinham autorização do Banco Central para atuarem como instituição financeira, para conceder empréstimos.

Segundo a força-tarefa do Ministério Público Federal, é o fato de tratar-se de crime contra o sistema financeiro nacional que atribuiu a competência da investigação ao MPF.

O desenrolar da investigação comprova o envolvimento de empresários de vários ramos da economia local e de políticos mato-grossenses, num complexo esquema para tentar ocultar a origem e o caminho de milhões de reais, incluindo recursos públicos, movimentados para sustentar interesses políticos e particulares.


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