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Júnior Mendonça diz que trazia Riva com "rédea curta"; dívida do ex-deputado chegou a R$ 5,7 milhões









Flávia Borges
Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto
Júnior Mendonça diz que trazia Riva com ''rédea curta''; dívida do ex-deputado chegou a R$ 5,7 milhões
Delator da Operação Ararath, Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, afirmou em depoimento ao Ministério Público, obtido com exclusividade pelo Olhar Direto/ Jurídico, que fez diversos empréstimos ao ex-deputado estadual José Geraldo Riva, preso desde o dia 21 de fevereiro, e que esses valores variavam de R$ 500 mil a R$ 3 milhões.


Segundo Júnior Mendonça, os valores são “baixos” porque Riva não tinha a mesma credibilidade financeira perante o mercado que Blairo Maggi, então governador de Mato Grosso. “Riva sempre pedia emprestado quantias entre R$ 500.000,00 e 3.000.000,00 (quinhentos mil e três milhões de reais). Os empréstimos realizados a Riva eram mais controlados, pois sempre levou Riva na rédea curta e com valores menores do que os operados ao grupo político representado por Eder Moraes”, diz trecho da denúncia do Ministério Público Federal, que traz o depoimento de Júnior Mendonça.



Mesmo assim, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do pai do empresário, foi encontrada uma nota promissória no valor de R$ 5.721.200,00. A nota é assinada pelo deputado estadual Mauro Savi, que segundo Júnior Mendonça, avalizou Riva.

O empresário afirmou que o valor da nota promissória é referente a uma consolidação das dívidas decorrentes de empréstimos tomados por Riva.

Ainda no cumprimento do mandado de busca e apreensão na casa do pai de Júnior Mendonça, foi encontrada, além de outros cheques e notas promissórias, uma folha de caderno, com anotações manuscritas referentes ao controle de operações financeiras, que culminou na consolidação da dívida de R$ 5.721.200,00.

Ainda em depoimento, Júnior Mendonça diz que Riva fazia as solicitações de empréstimo por meio de mensagens telefônicas (SMS). A respeito dessa contabilidade manual que tinha em seu poder, Gérgio Júnior prestou as seguintes informações: “(...) Que apresentado ao Depoente o Item 28 do Auto de Apreensão referente a busca realizada na casa do pai do Depoente, Gércio Marcelino Mendonça, o Depoente reconhece o documento como sendo anotação feita de próprio punho que se refere a um acerto de contas firmado entre o Depoente e o Deputado Riva, referente aos empréstimos tomados pelo Deputado”.

Além disso, conforme depoimento de Júnior Mendonça, “este acerto final foi celebrado em 20/12/2012, foi realizado no Gabinete da Presidência da AL/MT, do Deputado Riva, estando presentes somente o Depoente e o referido Deputado; que nesta oportunidade o Depoente abrindo mão de seu sigilo telefônico apresenta seis páginas de uma conversa, por meio de mensagens SMS, mantidas com o Deputado Riva, mantidas no ano de 2013, que indicam tratativas de solicitação de empréstimo, a pedido do Deputado Riva ao Depoente”.

Juros

Conforme um rascunho encontrado durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão na casa do pai de Júnior Mendonça, os juros pagos por Riva eram exorbitantes. Com uma dívida de R$ 4.464.250,00 em fevereiro de 2013, Riva teria pago R$ 400 mil. No mês seguinte, a dívida que seria de R$ 4.064.250,00 na verdade já estava em R$ 4.226.820,00. Pagando mais R$ 400 mil, o valor que ficou em R$ 3.826.820,00 saltou para R$ 3.979.892,00. Assim sucessivamente até que em setembro de 2013, Riva tinha uma dívida de R$ 2.189.957,00.



Outro lado

O deputado estadual Mauro Savi (PR-MT) afirmou, por meio de nota, que desconhece e contesta qualquer acusação em seu nome por crime ou desvio de recursos e acrescenta que o ato de aval realizado se trata de prática comercial que não configura prática delituosa.

O advogado de Janete Riva, Rodrigo Mudrovitsch, afirmou à reportagem do Olhar Jurídico que ainda não foi citado para apresentar defesa. Ele ainda salientou que é um "absurdo a divulgação da denúncia por parte do Ministério Público Federal antes mesmo de qualquer possibilidade de defesa por parte dos denunciados". Mudrovitsch garantiu também que a denúncia tem como alvo atingir o ex-deputado José Geraldo Riva, preso desde o dia 21 de fevereiro.

O pedido de indisponibilidade feito pelo MPF foi obtido com exclusividade pelo Olhar Jurídico e não foi divulgado pela instituição, até porque o processo segue em segredo de justiça. A assessoria de imprensa do MPF informou que segue a risca a determinação de sigilo da Ararath. 

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