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Empresa denunciada por lavar dinheiro para Riva financiou campanha de deputado e construiu antena da TV Assembleia

Arthur Santos da Silva
Foto: Reprodução
Empresa denunciada por lavar dinheiro para Riva financiou campanha de deputado e construiu antena da TV Assembleia
Os empresários Altair Baggio e Guilherme Lomba de Mello Assumpção, investigados na Justiça Federal desde o dia 11 de março por lavagem de dinheiro, doaram cerca de R$120 mil à campanha vitoriosa de 2010 do ex-deputado estadual José Geraldo Riva (PSD). Donos da razão comercial Multimetal Engenharia de Estruturas LTDA (Baggio e Cia LTDA.), ambos foram denunciados por um esquema vinculado a Janete Riva, esposa do antigo chefe da AL-MT.

Conforme investigação do Ministério Público Federal, Janete teria utilizado, em fevereiro de 2011, a conta corrente do delator na operação Ararath, Junior Mendonça, para lavar R$ 700 mil e pagar uma parcela da aquisição de 40% do capital social da empresa Multimetal, prestadora de serviço para o consórcio responsável pelas obras do VLT e integrante do consórcio responsável pela reforma do Aeroporto. Segundo o MPF, todo esquema teria sido formulado a mando de José Riva, objetivando a limpeza de dinheiro sujo e o desvio de verbas destinadas às obras da Copa (Confira aqui).


Antes da manobra ilícita realizada por Janete, a empresa Baggio e Cia LTDA. manteve relações diretas com o antigo comandante da casa de leis mato-grossense. Durante o ano de 2010, momento em que Riva disputava um cargo de deputado estadual, foram contabilizados três doações à campanha por parte de Guilherme Lomba e Altair Baggio, nos valores de R$22 mil, R$48 mil e R$20 mil. Alem das referidas doações, uma quantia avaliada em R$25 mil foi entregue pela empresa Planet Park Diversões LTDA, cujo um dos sócios é Rafael Baggio, filho de Altair Baggio.

Para o MPF, além das doações suspeitas, após a eleição vencida pelo candidato do PSD, a construção da torre de antena da TV Assembleia Legislativa seria mais um indício de relação corrupta entre as partes. Na ocasião, o consórcio vencedor no certame (concorrência pública nº 01/2010) que balizou a instalação do equipamento era chefiado pela empresa Multimetal. Para a empreitada foram destinados valor de R$ 5.165.187,05.

Ainda segundo o MPF, no dia 5 de março de 2011, data posterior à referida negociação de 40%, um aditivo foi celebrado entre Multimetal e Assembleia Legislativa, no valor R$1.133.834,25.


"A negociação [compra de 40% da Multimetal] se deu de modo oculto, justamente porque JANETE GOMES RIVA integrava de fato a sociedade da empresa que foi contratada pela AL/MT, enquanto JOSÉ GERALDO RIVA era Deputado Estadual e destinatário de recursos da empresa nas eleições de 2010", assevera o denunciante à Justiça Federal.

Para o Ministério Público são claros os caminhos traçados para a concretização dos crimes "vez que a aquisição, apesar de acordada entre o final de 2010 e início de 2011, nunca foi registrada perante a Junta Comercial, tornando a Senhora JANETE GOMES RIVA um espécie de sócia oculta e verdadeira representante de JOSÉ GERALDO RIVA na sociedade".


Entenda o caso

No dia 11 de março Janete Riva, Altair Baggio, Guilherme Lomba e mais duas pessoas passaram a responder judicialmente pelo crime de lavagem de dinheiro em decorrência da nova denúncia proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso, como desdobramento da Operação Ararath.

Conforme o MPF, Os denunciados utilizaram-se de bancos clandestinos na tentativa de ocultar movimentações financeiras. De acordo com as informações prestadas pelo colaborador das investigações, Gércio Marcelino Mendonça as operações financeiras em nome dessas empresas tinham como mandante José Riva.

Além da Multimetal, as empresas L.B Notari e os Supermercados Modelo são citadas como participantes do esquema.

Outro lado

O advogado de Janete Riva, Rodrigo Mudrovitsch, afirmou ao Olhar Jurídico na última sexta-feira (20), que ainda não havia sido citado para apresentar defesa. A reportagem tentou entrar em contato com o advogado nesta terça-feira (24), mas até a publicação da matéria, os telefonemas não foram atendidos ou retornados. Na semana passada, ao comentar o caso, Mudrovitsch afirmou que a denúncia tem como alvo atingir o ex-deputado José Geraldo Riva, preso desde o dia 21 de fevereiro e criticou o vazamento da denúncia.

O MPF

A denúncia formulada pelo MPF, obtida com exclusividade pelo Olhar Direto/Olhar Jurídico, não foi divulgado pela instituição, pois o processo segue em segredo de justiça. A assessoria de imprensa do MPF informou que segue a risca a determinação de sigilo da Ararath. 

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