O
ex-governador e senador Blairo Maggi disse nesta quinta, um dia após o Supremo
decidir que a regra da fidelidade partidária não vale para políticos eleitos em
disputas majoritárias, que deve mesmo deixar o PR. Em entrevista a este Blog,
admite migrar para o PMDB. Sobre tentar a reeleição em 2018, considera cedo e
se limita a dizer que "pode ser que sim, pode ser que não".
Empresário
gigante do agronegócio, Blairo lembra que, em outros momentos, já havia manifestado
interesse em aderir a legenda peemedebista, mas, por uma série de razões,
acabou tomando outro rumo partidário. Começou no extinto PPB (hoje PP), ainda
como suplente de senador; depois foi para o PPS, em cuja legenda conquistou
dois mandatos de governador; e está hoje na legenda republicana.
"Sempre
quis fazer mudança e, a partir dessa liberdade (da decisão do STF, que impede
que um partido reivindique para si o mandato de políticos que trocarem de
legenda enquanto ocupam esses cargos), vou debater esse assunto", diz
Blairo.
Ele
destaca ainda que pretende aderir a um partido grande, com boa inserção
nacional e que não tenha dono, como é o caso do PR hoje. "Quero fazer
política em um partido mais orgânico para a gente poder receber apoio dos
projetos".
Perguntado
sobre qual seria esse partido, Blairo Maggi respondeu: "Tenho preferência
pelo PMDB". Revelou que tem conversado sobre essa possibilidade com o
vice-presidente da República Michel Temer e com outros membros da cúpula
peemedebista. Ontem, por exemplo, esteve reunido com Temer por um bom tempo.
O
senador disse que, em âmbito regional, tem mantido diálogo com o presidente,
deputado Carlos Bezerra, que não demonstra qualquer resistência em tê-lo como
filiado. Blairo lembra que ainda na época de estudante, militou no antigo MDB.
E, quando foi para concorrer a cargo eletivo, como suplente ao Senado de Jonas
Pinheiro, optou pelo PPB a pedido do próprio ex-senador. Depois foi para o PPS,
quando teve oportunidade de estrear no Senado por alguns meses. Quando estava
avaliando de novo uma possível filiação no PMDB, Blairo conta que o então
presidente Lula o orientou a aderir ao PR, o que foi feito.
Efeito
A
legenda republicana deve sofrer esvaziamento com a saída de Blairo. O partido
hoje possui a maior bancada na Assembleia, com cinco deputados (Emanuel Pinheiro,
Sebastião Rezende, Nininho, Wagner Ramos e Mauro Savi), dois senadores (Blairo
e Wellington Fagundes) e não tem assento na Câmara Federal entre os
representantes da bancada mato-grossense. No Estado conta com 13 prefeitos, 18
vice e cerca de 120 vereadores. Romilson Dourado
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