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“CAOS GENERALIZADO”: Vereadores aprovam pedido de intervenção em Poconé

CAMILA RIBEIRO

Câmara quer intervenção do Estado
a gestão da prefeita Meire Adauto
Com sete votos favoráveis e um contrário, a Câmara de Vereadores de Poconé (100 km ao Sul de Cuiabá) aprovou, na sessão da última segunda-feira (25), um pedido de intervenção do Governo do Estado na administração do Município, sob o comando da prefeita Nilce Mary Leite, conhecida como Meire Adauto (PT).

Conforme o texto aprovado, os parlamentares requerem que a assessoria jurídica da Casa redija uma petição direcionada ao governador Pedro Taques (PDT), solicitando a edição de um decreto, determinando a intervenção do Executivo na gestão municipal.

O requerimento havia sido proposto pela vereadora Ornella Falcão (PSD), sob a justificativa de um "caos generalizado" em Poconé.

"Não nos resta outra solução a não ser pedir que o governador intervenha na administração do Município, colocando pessoas técnicas para darem um rumo à cidade de Poconé" Segundo a parlamentar, passados mais de dois anos do início da gestão da prefeita Meire Adauto, não houve avanços no Município.

“Pelo contrário, as coisas estão cada vez piores. O cenário de caos aqui em Poconé é gritante. Nós, vereadores, estamos cansados de esperar por soluções da prefeita e elas não acontecem”, disse Ornella, em entrevista ao MidiaNews.

O requerimento apresentando por Ornella recebeu o aval dos vereadores Edivânia de Almeida (PMDB), Zé Corrêa (PR), Manoel Messias (PSD), Marcio Fernandes (PMDB), Guti Neto (PROS) e Gonçalo Beijo (DEM).

O voto contrário ao requerimento foi dado pelo vereador Jorge Getúlio, que é do mesmo partido da prefeita, o PT.

“Eu fui autora do requerimento, mas, felizmente, não estou sozinha. Estou recebendo o apoio dos meus colegas que, assim, como eu, estão cansados de ser ignorados pela gestão da prefeita. Nos fazemos denúncias, reivindicamos por melhorias e nada é feito”, afirmou ela.

“Não nos resta outra solução a não ser pedir que o governador intervenha na administração do Município, colocando pessoas técnicas para dar um rumo à cidade”, completou.

No requerimento, a Câmara solicita um prazo mínimo de intervenção de seis meses, para que “o interventor a ser designado pelo governador possa estabelecer a ordem no Município de Poconé”, diz trecho do texto.

“Abandono”

Ainda conforme a vereadora Ornella Falcão, os problemas em Poconéo estão distribuídos em todos os setores, especialmente na área da infraestrutura.

Ornella Falcão

Em 2014, serviços de tapa-buraco foram realizados com terra “A infraestrutura do Município é precária e eu já venho batendo nesta tecla há meses. A cidade está tomada por buracos e chegou ao ponto de a prefeita fazer serviços de tapa-buraco somente com terra, sem lama asfáltica”, disse a vereadora.

O caso foi noticiado pelo MidiaNews, em dezembro passado e, à época, virou, inclusive, motivo de chacota entre os moradores da cidade.

O vereador Marcio Fernandes (PMDB) acrescentou que, até mesmo, o transporte escolar é prejudicado, já que as estradas – a maior parte delas localizadas na zona rural – estão intransitáveis.

“As estradas não apresentam qualquer condição de trafegabilidade. O ano letivo começou com atraso neste ano, também por conta desse problema no transporte”, disse.

“Não para por aí. A Saúde Pública também está precária, faltam medicamentos nas unidades de saúde, os dentistas estão sem condições de aplicar anestesia nos pacientes, a farmácia pública está vazia, os maquinários estão sucateados. Enfim, a lista de problemas é imensa”, completou a vereadora Ornella Falcão.

“Sem respostas”

Ainda de acordo com os parlamentares, a prefeita Meire Adauto não atende aos questionamentos feitos pela Câmara Municipal.

“Nós fazemos indicações, protocolamos requerimentos e não temos nenhuma resposta. Em janeiro, a Mesa Diretora se reuniu com a prefeita e elencamos uma série de problemas. Ela disse que a maior parte dos itens já estava sendo resolvida, o que não ocorreu”, afirmou Marcio Fernandes.

Também de acordo com o vereador, a prefeita não está encaminhando à Câmara os balancetes do Município, o que inviabiliza o acompanhamento dos gastos por parte do Legislativo.

“Já estamos no final de maio de 2015 e ainda não recebemos os balancetes de dezembro do ano passado. Está havendo uma omissão de informações. Não adianta falar que é perseguição, basta olhar para o Município de Poconé, que a gente constata a desordem e o abandono”, completou Ornella Falcão.

Outro lado


A reportagem tentou contato com a prefeita Meire Adauto, mas as ligações para seu telefone celular caíram na caixa de mensagem.

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