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DEBANDADA: PSD perde força e pode virar "nanico" em MT, diz analista

DOUGLAS TRIELLI

O Partido Social Democrático (PSD), que possui maior número de prefeitos em Mato Grosso e a segunda maior bancada na Assembleia Legislativa, pode se tornar em breve um partido nanico, conforme avaliação do professor e analista político João Edisom de Souza.

Nas últimas semanas, líderes da agremiação ameaçam uma debandada em massa, caso o presidente nacional licenciado do PSD, ministro Gilberto Kassab, não decline da ideia de nomear o ex-deputado federal Roberto Dorner para presidência do diretório em Mato Grosso.

No entanto, para João Edisom, a sigla, que foi a última a ser criada em território nacional, já emite, há algum tempo, sinais de enfraquecimento.

"Hoje, se verifica que o PSD é um partido novo, mas que já começou a perder força. Nacionalmente, já está menor que o PP, por exemplo" Nacionalmente, o principal fator seria o próprio Kassab, que se aproximou da presidente Dilma Rousseff (PT), assumindo o Ministério de Cidades e já cogitaria deixar a agremiação.

“O PSD está vivendo uma crise nacional. O principal expoente, criador do partido, é o Gilberto Kassab, que virou ministro e, dentro da reforma eleitoral, está pensando em criar um novo partido”, afirmou.

“Hoje, se verifica que o PSD é um partido novo, mas que já começou a perder força. Nacionalmente, já está menor que o PP, por exemplo. Não digo que será o fim, mas pode, muito em breve, cair para condição de um partido nanico”, disse.

Outro fator crucial para o possível esvaziamento seria uma falta de unidade interna.

Segundo o analista político, o PSD foi um “apanhado” de futuros candidatos a pleitos eleitorais que se juntaram por descontentamento em outros partidos.

“Tem outro fator em Mato Grosso que é preciso levar em conta é que os prefeitos, até por necessidade, não gostam de ficar fora da coligação do governador, por se sentirem prejudicados. E, hoje, o PSD está fora da base governista, mas possui o maior número de prefeitos”, disse Souza.

“Então, se a reforma eleitoral passar no Congresso, abrindo a possibilidade de novos partidos, o PSD vai sofrer um esvaziamento, tanto no nacional, quanto nos Estados e Municípios”, afirmou.

Fator Riva

Para João Edisom, o afastamento abrupto do ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, foi crucial para instabilidade interna no PSD em Mato Grosso.

"O José Riva não é homem de partido pequeno. Se existir um minguar do PSD quando o Riva deixar a prisão, com certeza, irá mudar de filiação partidária" Riva está preso no Centro de Ressocialização de Cuiabá, desde o dia 21 de fevereiro, em decorrência da Operação Imperador, deflagrada pelo Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual.

Ele foi o principal articulador para implantação do partido em Mato Grosso e mesmo não sendo o presidente, era o principal líder.

“Mas o José Riva não é homem de partido pequeno. Quando o PMN era grande, ele ficou lá; quando ficou pequeno, deixou o partido. Se existir um minguar do PSD quando o Riva deixar a prisão, com certeza, irá mudar de filiação partidária”, afirmou.

O líder da bancada oposicionista na Assembleia, deputado Gilmar Fabris (PSD), acredita que o partido somente sofrerá uma queda no número de filiados em Mato Grosso caso Kassab continue a intervir nas decisões regionais.

“É um risco real, correto e acontecerá. Porque está ocorrendo uma intervenção do diretório nacional aqui em Mato Grosso, mas nós não iremos acatar isso. Se há uma intervenção, nos dá o direito de ir embora para outra legenda”, disse.

“Isso só se faz quando o partido peca e não está alinhado com a nacional, o que não é nosso caso. Fizemos tudo o que estava a nosso alcance na eleição passada. Então, a ideia é não só sair os quatro deputados, como também os prefeitos e vereadores”, afirmou.

Para Fabris, a saída de Riva do comando do partido não foi fator para a instabilidade interna.

“É lógico que o partido teve uma avaria com a saída do Riva, porque ele era o grande líder, foi quem criou o partido aqui. Mas ele já estava saindo da política...”, disse.


“Acredito que dentro de um mês irá se resolver a situação do partido: Se vai praticamente se dissolver em Mato Grosso ou se vamos engrossar o número de filiados”, completou.

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