Zé do PT deixa partido e dispara que presidente da sigla não tinha autonomia |
O
ex-militante histórico do PT e ex-candidato a vereador por Cuiabá, nas eleições
de 2012, José Carlos de Araújo, o Zé do PT, afirma que se desfiliou da sigla
devido à insatisfação com a política interna. Segundo ele, a direção estadual
do PT, sob William Sampaio, é distante dos militantes, uma vez que apenas o
procuram na época da campanha. O ex-petista dispara ainda que a direção não tem
poder sobre algumas decisões. Ele diz também que não quer mais ser chamado de
Zé do PT.
Para
ele, pessoas fora da diretoria mandam mais que o próprio presidente da sigla.
Neste sentido, José Carlos ressalta que falta pulso e autonomia para William,
uma vez que dirigentes de outros partidos, como os deputados federais Carlos
Bezerra (PMDB) e Valtenir Pereira (PROS), têm mais autoridade dentro da direção
do PT que o atual gestor. “O William é uma pessoa que conheço muito, amigo meu,
eu admiro muito sua trajetória partidária, mas sinto que ele não tem aquele
poder que deveria ter”.
Conforme
José Carlos, o grupo ainda não tem um partido para se filiar, mas sonda uma
sigla ligada ao senador Blairo Maggi (PR). Nos bastidores, a informação é de
que tudo indica que os ex-petistas devem ingressar no PP, do deputado federal
Ezequiel Fonseca e do vice-governador Carlos Fávaro. Conforme José Carlos, a
insatisfação maior é pela falta de valorização dos militantes, uma vez que, segundo
ele, não são “aproveitados” dentro do partido e não têm a oportunidade de
participar do governo - se referindo à gestão Silval Barbosa (PMDB). “O
militante está ali para brigar e pegar voto, mas não participa do governo. Por
isso, me vi na obrigação de sair”.
O
grupo a qual José Carlos integrava era composto por 30 petistas e, de acordo
com ele, que militou no PT por 29 anos, o movimento de desfiliação é tido como
normal, tendo em vista que todo partido tem momentos de altas e baixas. “Se
você está num partido, então está concordando com tudo aquilo que está
acontecendo. Após as eleições de 2012, a gente fez um estudo sobre ficar ou
não. Na verdade, a gente ia sair ano passado, mas vimos que não era o momento
oportuno para discutir a desfiliação devido ao pleito presidencial. O meu
compromisso com o PT foi até o dia 31 de dezembro de 2014, e eu cumpri até a
data”.
Movimento
Alguns
petistas históricos no Estado deixaram o partido devido à decepção com o rumo
que tomou a legenda, assim que chegou ao poder. Hoje o PT completará 16 anos no
comando no país, mas chega com a reputação abalada. Diante disso, o grupo de
José Carlos se viu contrário à linha adotada pela sigla e optou pela
desfiliação.
Outros
ex-petistas se manifestaram pelas redes sociais. Cautelosos, preferiram não
mencionar escândalos, mas apontar influências externas na administração
central, principalmente do PMDB do vice-presidente Michel Temer. Entre estes,
está Leonel Reis, também candidato derrotado a vereador por Cuiabá em 2012.
Integrante do sindicato da Polícia Civil e ligado ao ex-vereador Lúdio Cabral,
escreveu, ao anunciar saída do PT, que o partido ficou "refém de
mafiosos" do PMDB. Citou os presidentes da Câmara e do Senado,
respectivamente, Eduardo Cunha e Renan Calheiros. E incluiu outras legendas,
como PR e PSD. RDNews
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