O
ex-presidente da Assembleia José Riva (PSD), que já foi considerado um dos
homens mais poderosos de Mato Grosso, completa hoje (21) três meses atrás das
grades. O social-democrata, acusado de liderar suposto esquema que desviou R$
62 milhões do Legislativo, vive a expectativa de conseguir a liberdade a partir
de julgamentos pendentes em Brasília.
Nesta
semana, a defesa de Riva interpôs pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal
Federal (STF). O recurso, que pode ser apreciado a qualquer momento, está sob a
relatoria do ministro Teori Zavascki. O magistrado já contrariou a opinião
pública e liberou os presos da Operação Lava-Jato.
O
habeas corpus busca reverter decisão da ministra do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), Maria Thereza Moura, proferida no último dia 7. A magistrada
manteve Riva na prisão. Neste caso, a Sexta Turma do STJ vai julgar o mérito da
solicitação em 2 de junho. O recurso será julgado pelos ministros Sebastião
Reis Júnior, Rogério Schietti Cruz, Maria Thereza Moura e pela desembargadora
convocada Marilza Maynard.
Riva
segue no sistema penitenciário desde 21 de fevereiro, quando foi alvo da
Operação Imperador. À época estava em casa, no bairro Santa Rosa, em Cuiabá, e
foi preso pelo Gaeco. O ex-parlamentar permanece no Centro de Custódia de
Cuiabá aguardando decisão judicial pleiteada pelos advogados Rodrigo
Mudruvistsh e Valber Melo.
O
esquema que teria desviado R$ 62 milhões da Assembleia foi operacionalizado por
meio da compra de material de expediente. Além do ex-presidente do Legislativo,
foram denunciadas 15 pessoas, incluindo sua esposa Janete Riva, esposa do
ex-parlamentar. As audiências em relação à ação penal, que tramitam na 7ª Vara
Criminal de Cuiabá, já estão em andamento.
Crise
Política
A
prisão de Riva já gerou crise de direção no PSD. Isso porque o presidente
estadual da sigla, ex-vice-governador Chico Daltro, desapareceu do cenário
desde que foi derrotado na disputa por vaga na Câmara Federal.
Sem
Riva e Chico Daltro, os 39 prefeitos do PSD alegam que a sigla está sem comando
em Mato Grosso. A direção nacional, presidida pelo ministro das Cidades
Gilberto Kassab, propõe que o ex-deputado federal Roberto Dorner assuma o
comando estadual. Entretanto, ainda não há consenso.
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