Na entrevista à Folha em que pede a Lula que modere o
discurso, Rui Costa também admitiu que a esquerda ainda não entendeu a surra
que levou nas urnas em 2018.
Perguntado se estava faltando ao PT compreender melhor a
derrota do ano passado, o governador da Bahia respondeu:
“Não só a esquerda, todos nós precisamos ter um diagnóstico
mais preciso. Porque hoje há teses que sempre foram amplamente rejeitadas, sem
adesão no Brasil, de preconceito contra minorias ou opção sexual, de racismo,
violência, armamentismo. Por que essas teses têm aderência, mesmo que de 25% da
população? Precisamos refletir, partidos, universidades, imprensa.”
Rui Costa também defendeu um “ajuste fino” em algumas
posições do PT:
“Eu acho que de fato é preciso aproximar as posições gerais
do partido de desafios concretos da economia e da sociedade, da realidade
brasileira. É preciso um ajuste fino, um refinamento das nossas posições. Quem
é governador se pergunta: onde vamos buscar recursos para tirar o pobre de
viver sem esgoto, em lugares alagados ou ficar sem água? O governo e os estados
não têm como ofertar. É evidente que precisamos usar o instrumento da parceria
público-privada, do capital privado, para levar água e esgoto à população. Isso
não significa que os interesses públicos estarão subordinados aos privados.”
O Antagonista
0 Comentários