A delação de Sérgio Cabral à
Polícia Federal tem um capítulo inteiro dedicado à Rede Globo. Relata em
detalhes as pressões da família Marinho para obter sem licitação a gerência de
estudos, projetos e desenvolvimento de conteúdo para a implantação de um
importante equipamento cultural na cidade do Rio de Janeiro.
Por este acordo, costurado
diretamente entre Cabral e os herdeiros da Globo, a Fundação Roberto Marinho
foi escolhida para a modelagem e gestão do projeto, orçado inicialmente em
cerca de R$ 80 milhões. Autorizada pelo Governo do Estado, a FRM fez também
captações para estudos preliminares e conceituais junto à iniciativa privada
por meio de leis de incentivo à cultura, com renúncia fiscal.
O ex-governador afirmou também às
autoridades da Polícia Federal que a construtora responsável pela obra foi
indicada pela FRM, através de fraude licitatória. Nos depoimentos, Cabral disse
que os favores visavam garantir proximidade com a família Marinho, e
consequente blindagem nos veículos de comunicação do grupo.
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