Quase um terço dos empresários do
estado diz que só tem condições de manter o negócio por apenas mais um mês,
afirma uma pesquisa divulgada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae) em Mato Grosso. A expectativa negativa é decorrente
o isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus.
De acordo com a pesquisa
“Percepção de Lideranças Empresariais de Mato Grosso sobre os Impactos do
coronavírus nos Negócios e na Economia”, 31,80% dos empresários mato-grossenses
disseram que devem conseguir manter as empresas abertas por mais um mês
somente.
Além disso, a pesquisa mostra que
98% deles tiveram impactos negativos no comércio em Mato Grosso. Foram
entrevistados 354 empresários, entre os dias 27 e 28 de março.
Uma série de medidas foram
tomadas para evitar aglomerações de pessoas e a proliferação da doença, entre
elas a suspensão dos comércios, eventos e atividades culturais, religiosas e
comerciais, em geral, impostas por decretos municipais. O Sebrae ouviu empresários
dos municípios de Alta Floresta, Barra do Garças, Cáceres, Confresa, Cuiabá,
Juína, Lucas do Rio Verde, Rondonópolis, Sinop e Tangará da Serra.
Conforme a pesquisa, 21,31% dos
empresários disseram que conseguem ficar com a empresa aberta por até dois meses,
14,1% até três meses, 6,56% até quatro meses, 12,13% mais de quatro meses e
14,1% não opinaram por quanto tempo conseguiram manter o negócio funcionando.
Cerca de 61% dos empresários notaram a queda na receita e 86% a redução nas
vendas, além disso, os donos de empresas também contaram que houve queda de
consumidores e nas atividades dos negócios. A situação é decorreu aos efeitos
da restrição à circulação de pessoas e do isolamento social, que mudou as
cidades e o modo como as pessoas consomem.
No meio dessa crise de saúde
atual surgiu um alerta para a manutenção dos empregos. A maioria dos
empresários entrevistados (60,73%) relataram que o número de pessoas ocupadas
nas empresas permaneceu o mesmo e 38,98% deles contam que houve uma redução das
pessoas ocupadas nas empresas.
Eles preveem a redução de 9% nos
empregos, o que equivaleria a 1.245 vagas que seriam desocupadas. A pesquisa
comparou o total de pessoas ocupadas atualmente nas empresas entrevistadas,
cerca de 14 mil empregos.
Dentre as medidas de gestão mais
tomadas pelos empresários foram o atendimento ou vendas remotas online ou
telefone (17,31%), serviço de delivery (13,46%), produção e divulgação de
conteúdos (9,62%) e o revezamento da equipe por escala e turnos (7,69%). Já as
medidas que os empresários estão com maiores dificuldades para implantar são a
de redução de custos (29,92%), implementação de vendas pela internet (14,17%),
de home office (12,60%), de delivery (8,66%).
“Os empresários precisam conhecer
melhor as medidas que o próprio governo está colocando de auxílio. Muitas ações
estão vindo para ajudar. Mais do que nunca o cliente é a resposta para os
empresários. O modo de consumir mudou, a humanidade não será mais a mesma
pós-pandemia da Covid-19, o hábito digital está mais intrínseco na sociedade”,
esclarece Schelini.
Ainda segundo a pesquisa, os
empresários ouvidos afirmaram que mesmo adotando estratégias de vendas online,
o faturamento anual do negócio sofreria uma queda de 74%, caso as políticas de
isolamento social sejam mantidas por um período de dois meses.
Para a maioria deles, cerca de
83% disseram que uma medida para beneficiar os negócios seria o retorno das
atividades comerciais ou adoção do isolamento vertical, segundo a pesquisa
“Percepção de Lideranças Empresariais de Mato Grosso sobre os Impactos do
coronavírus nos Negócios e na Economia” feita pelo Sebrae-MT.
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