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CRM-MT repudia fala de médica picada por jararaca após afirmação de que morreria em Cuiabá por falta de estrutura


O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) repudiou, nesta quarta-feira (16), as falas da médica Dieyenne Saugo, picada por uma jararaca na cachoeira Serra Azul em Nobres (a 121 km de Cuiabá) no final de agosto, depois que ela afirmou que morreria em Cuiabá, em decorrência da falta recursos hospitalares. Diversos colegas de profissão também se manifestaram nas redes sociais.

A polêmica se instalou depois que a ‘Doutora Fit’, como é conhecida, disponibilizou uma opção de perguntas nos stories do Instagram. Questionada por um internauta sobre o motivo dela não ter ido para um hospital que o plano de saúde cobrisse os custos, ela respondeu: “Porque é obvio que eu morreria. Nenhum hospital de Cuiabá tem os mesmos recursos dos hospitais de SP. Meu caso não era grave, era gravíssimo”.

Ainda na rede social, a médica é questionada sobre a traqueostomia e onde teria pego a Covid-19. Sobre isso, ela responde: “Não sabemos! Provavelmente peguei Covid na UTI do Hospital em Cuiabá. A traqueo foi feita em Cuiabá! Eu tinha obstrução de 70% das vias aéreas”. 

Por meio de uma nota, o CRM-MT disse que repudia as falas de Dieyenne, em consideração aos profissionais que prestaram atendimento em Mato Grosso. “Em uma situação onde o médico constata condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento intenso do paciente, tal como com a Dra. Dieynne, o tratamento médico imediato é primordial para a estabilização do quadro de emergência apresentado e posterior adoção de outras condutas terapêuticas”, afirma.

O Conselho pontua que a fala de Dieyenne de que morreria em Cuiabá, demonstra falta de consideração e respeito aos profissionais que lhe atenderam quando seu quadro ainda era de emergência. “Não se pode desmerecer a atuação da equipe do Samu que realizou o atendimento pré-hospitalar de emergência, à equipe do Hospital e Pronto Socorro de Cuiabá que aplicou soro antiofídico e à equipe do Complexo Hospitalar de Cuiabá que foi quem assumiu a responsabilidade pela traqueostomia quando suas vias respiratórias apresentavam alto nível de obstrução”, acrescenta.

Por fim, o CRM-MT diz: “Certamente, sem a atuação de todos esses profissionais, a Dra. Dieyenne Saugo não teria condições clínicas de ser transferida para outro Estado”, finaliza.

O caso

Após o acidente no dia 30 de agosto, os amigos socorreram a médica, mas no caminho para uma unidade de saúde, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) se deparou com eles e finalizou o resgate.

Ela foi encaminhada para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), onde recebeu o soro antiofídico. Posteriomente, foi transferida para o Complexo Hospitalar de Cuiabá e passou por uma traqueostomia, pois teve as vias aéreas comprometidas.

Dieyenne foi transferida para São Paulo na quinta-feira (3). Nos stories do Instagram, a irmã da médica contou que o diagnóstico positivo de Covid-19 não estáava comprometendo o tratamento.

A transferência de Dieyne para o hospital foi realizada com um taxi aéreo. Por conta dos custos, a família promove uma vaquinha virtual para arrecadar R$ 300 mil. Na ocasião, segundo informações da irmã da médica, os leitos em Cuiabá onde haviam profissionais especialistas estariam lotados. Olhar Direito

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