Incomodado com o DEM, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) abriu um canal de diálogo com o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar (PE), após se sentir traído pelo presidente do seu partido, ACM Neto, e por parte da bancada, que apoiou o agora novo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O deputado Junior Bozzella (SP), vice-presidente nacional do PSL, confirmou as conversas com Maia, mas disse que ainda era “algo informal” e “em processo de amadurecimento”. “A ideia é expulsar os bolsonaristas”, disse.
Apesar da sinalização de Maia, não há uma definição quanto à filiação. O PSL é o ex-partido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e vem em um processo interno de reacomodação, com diversos bolsonaristas em processo de expulsão. Há uma expectativa de que, ao se filiar ao PSL, Maia consiga atrair outros nomes fortes ligados a ele, como o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM-RJ).
“Ele [Maia] tem carinho pelo partido, e abriu um canal de diálogo com o presidente da sigla, mas, se ele vai se filiar ou não, não temos essa certeza. Até porque agora não há janela partidária”, afirmou o deputado Delegado Waldir (PSL-GO). “Ele está procurando espaço onde possa desenvolver um projeto, e viu no PSL essa possibilidade”, acrescentou.
Maia tem um projeto de formar uma frente ampla, que una partidos da centro-direita e centro-esquerda, visando às eleições de 2022. A ideia dele é enfrentar o bolsonarismo. A ala bolsonarista, todavia, rechaça essa possibilidade. O novo líder do PSL na Câmara, Major Vitor Hugo (GO), negou as conversas e disse que se tratava de “alguém querendo desestabilizar” o partido.
A assessoria de Maia afirmou que não há definição sobre a saída do parlamentar do DEM, nem, se for o caso, o partido ao qual ele se filiaria.
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