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ARTIGO: Síndrome de Estocolmo Coletiva


Não quero deixar o título como cereja do bolo e falar tantos outros pontos para, enfim, chegar ao sentido que dá nome a esse texto. Melhor ser direto e dizer o que se tem para dizer.

Quando em 23 de agosto de 1973, na cidade de Estocolmo, na Suécia, o criminoso Jan Erik Olsson assaltou um banco mantendo em cativeiro três mulheres e um homem, o final deste caso abriu um precedente curioso. Durante o sequestro, Jan Erik exigiu que seu comparsa, o então presidiário Clark Olofsson, também fosse liberado e fizesse parte do assalto. A surpresa foi quando os quatro reféns optaram por defender os dois bandidos, criando assim uma grande empatia pelos mesmos. O psiquiatra Nils Bejerot batizou esse comportamento atípico de “Síndrome de Estocolmo”. A definição da Síndrome pode ser lida aqui!

O FBI (Federal Bureau of Investigation), relata que por volta de 27% dos sequestros, em um universo de 4700 casos pesquisados, as vítimas adquiriram uma grande afinidade com seus algozes. Uma relação de confiança extrema que beira a insanidade.

Assim, feito os devidos esclarecimentos, podemos aqui brincar de comparativos, ainda que esta parte do texto seja considerada mera digressão filosófica. Mas não podemos ignorar a relação de que nós, brasileiros, fomos feitos de reféns de uma quadrilha que assaltou o país nos vinte e dois anos da era social democrata/trabalhista. E não…! Não confundi as datas, incluo aqui, os governos do tucanato que pavimentaram o terreno para a bandidagem petista.

Ora, não somos mais tão ingênuos para acreditar que esses longos anos pós regime militar foram apenas uma sucessão de acontecimentos históricos sem uma linha que os costurasse de forma maliciosa e planejada. Yuri Bezmenov, ex-agente da KGB, relatou em seus diversos livros e palestras sobre o tempo necessário para a subversão de uma sociedade. Não por coincidência, vinte e cinco anos refere-se exatamente a subversão de uma geração inteira.

 

Nesse sentido, tivemos tempo suficiente para gostar dos nossos sequestradores. E seja lá a porcentagem dos brasileiros que adoram fazer papel de mulher de vagabundo, apanhando e defendendo o “cônjuge infiel”, sabemos por puro senso comum que uma boa parte do eleitorado carrega seus “malvados favoritos” como figurinhas de futebol. O tão conhecido jargão: rouba, mas faz.

O comportamento de um criminoso comparado ao grupo de cleptocratas que dominaram o país não é muito diferente. Sequestrada pelo Exército Simbiótico de Libertação em 1974, Patrícia Hearst, dois meses depois de libertada se uniu aos seus raptores. No período de cárcere, ao invés de maltratá-la, os criminosos cuidaram com atenção e zelo para com a vítima. Ofereceram tempo e conhecimento de sua causa, e, naturalmente, não foi dado o direito ao contraditório para que Patrícia pudesse avaliar a situação. Ao invés disso, sofreu uma lavagem cerebral. Conseguem ver alguma semelhança com o fundamentalismo progressista/socialista/comunista/ecosocialista/social democrata?

Fazendo um aparte, o destaque com as diversas formas do pensar político da esquerda não foi apenas uma sutil referência a uma possível afinidades entre elas, é porque, de fato, as nomenclaturas citadas acima fazem parte do mesmo teatro onde os atores participam do mesmo espetáculo.

Infelizmente, apesar do atual governo conseguir se manter, mesmo em uma crise tão profunda e sem nenhuma denúncia de corrupção, além dos vários feitos não relatados pela grande imprensa (diminuição da criminalidade, reforma da previdência, diversas obras de infraestrutura concluídas, relações externas ampliadas sem o viés ideológico) todas essas melhorias não afastaram o militante sequestrado das amarras emocionais de uma ideologia nefasta. Não dá para classificar esse comportamento obtuso senão por um viés patológico.

Naturalmente o recomeço vem com uma boa dose de liberalismo econômico, condições de trabalho baseadas numa relação mais estreita entre empregador e empregado, uma nação menos ideológica e mais soberana e uma real estrutura democrática do estado político-jurídico sem o compadrio existente. Uma democracia normal, segundo o filósofo Olavo de Carvalho.

Mas sabemos que o quadro não se pinta com cores tão vivas. O Brasil foi sequestrado. O país ainda em cativeiro não consegue encontrar a saída deste cubículo de informações processadas que limitam o discernimento de uma parte da população.

Ora por inocência, ora por uma esperança latente em cada brasileiro, acreditamos que exista uma saída espetaculosa e verde oliva deste ambiente claustrofóbico que nossos sequestradores nos impuseram.

Mas sejamos realistas, não receberemos resgate. Teremos que sair por nós mesmos. Teremos que desatar esse laço psicológico profundo que prende nossos punhos e tornozelos. É necessário abandonar nossas doenças coletivas. Tanto esta síndrome de Estocolmo, quanto nossa síndrome do vira lata e, com coragem, brandir nosso grito de insurreição!

É certo que todo cativeiro termina um dia. Via de regra, sequestradores sempre acabam cometendo algum deslize. Penso positivamente que um dia sairemos e romperemos esta mordaça jurídico-política que nos prendeu nos calabouços da democracia, porém, quando este dia chegar, caberá a você rechaçar as maldades impetradas por bandidos de terno e toga, ou amansar com seus algozes, sentindo o prazer mórbido de viver numa nação boazinha, de gente que rouba, mas faz!

Adriano Gilberti, para Vida Destra 

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