A Polícia Civil ouviu mais de 10 testemunhas na investigação sobre o ataque a creche em Saudades, no Oeste catarinense, até quinta-feira (6). O delegado Jerônimo Marçal Ferreira afirmou autor do crime, um jovem de 18 anos, será ouvido assim que o estado de saúde ele permitir.
O autor está internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Regional do Oeste, em Chapecó, cidade a cerca de 60 quilômetros de Saudades. Segundo o boletim médico da noite de quinta, ele passou por duas cirurgias e está se recuperando.
Ele deve ter alta da UTI nos próximos dias. A Polícia Civil quer descobrir a motivação por trás do ataque.
Na manhã de terça (4), o jovem foi à escola infantil Aquarela e, armado com um facão, matou três crianças de um ano, uma professora de 30 e uma agente educativa de 20. Depois, golpeou o próprio corpo. Um bebê foi socorrido e se recupera no hospital.
Ele passou por procedimentos cirúrgicos no pescoço, tórax, abdômen e pernas, conforme o hospital.
Análise do material apreendido
A Polícia Civil já começou a analisar os dois computadores e um pen drive encontrados na casa do homem apontado como autor do ataque. A autorização para investigar os dispositivos foi obtida pela Justiça na quarta-feira (5).
Estão sendo investigados e-mails, mensagens trocadas e outras interações que o jovem possa ter feito em redes sociais e fóruns.
Na quarta, o delegado confirmou o indiciamento do autor por cinco homicídios triplamente qualificados, além de uma tentativa de homicídio contra a criança ferida. As qualificadoras dos crimes são: motivo torpe, utilização de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas e a utilização de meio cruel.
Na quarta a Justiça negou o pedido de exame de sanidade mental do autor. O motivo da negativa foi o atual estado de saúde do agressor.
Após manifestação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), a Justiça catarinense decretou a conversão da prisão flagrante em preventiva.
Investigação
Na casa do homem, os agentes encontraram também R$ 11 mil em espécie e duas embalagens de facas novas. O dinheiro era proveniente de salários que o assassino guardava. Ele trabalha em uma empresa de produção de roupas.
Ninguém da família do homem de 18 anos suspeitava que ele planejava crime, segundo a polícia. O autor não tinha antecedentes criminais e era descrito como quieto pela comunidade.
“Pais e irmã disseram que ele era mais quietão, não saía com ninguém, não tinha celular. Tinha se afastado dos poucos amigos”, relatou o delegado.
Uma arma apreendida no local do crime também passa por perícia no Instituto Geral de Perícias (IGP).
Com G1
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