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Comunidade de inteligência dos EUA analisa teorias sobre origem da Covid-19, entre elas, que o vírus teria ‘escapado’ de laboratório na China

 

Foto: Thomas Peter/Reuters 

O Escritório da Diretora de Inteligência Nacional (ODNI) dos Estados Unidos emitiu uma declaração pública incomum na quinta-feira (27) sobre o status de sua coleta de informações sobre as origens da pandemia de Covid-19, divulgando divisões dentro da comunidade de inteligência sobre se o vírus escapou de um laboratório na China ou ocorreu naturalmente.

A declaração segue uma ordem do presidente norte-americano, Joe Biden, na quarta-feira para a comunidade de inteligência redobrar seus esforços para descobrir a causa da pandemia nos próximos 90 dias.

A porta-voz da ODNI, Amanda Schoch, reiterou o anúncio de Biden de que a comunidade de inteligência ainda está trabalhando para determinar como o vírus se originou “mas se aglutinou em torno de dois cenários prováveis: ou surgiu naturalmente do contato humano com animais infectados, ou foi um acidente de laboratório”.

Schoch repetiu o que Biden disse na quarta-feira, que há uma diferença de opinião entre várias agências de inteligência e seus graus de confiança nas teorias.

“Enquanto dois elementos da Comunidade de Inteligência tendem para o primeiro cenário e um se inclina mais para o último – cada um com confiança baixa ou moderada. A maioria dos elementos dentro da comunidade não acredita que haja informações suficientes para avaliar uma como mais provável do que o outra”, disse Schoch.

A comunidade de inteligência sob a administração Biden tem sido notavelmente mais transparente sobre seu entendimento sobre certas questões-chave e está disposta a divulgar publicamente as diferenças de opinião entre as 18 agências de inteligência mais do que nos governos anteriores.

No início do ano, foram divulgados diferentes níveis de confiança entre as agências de inteligência sobre a existência de recompensas oferecidas pela Rússia ao Taleban para matar soldados americanos no Afeganistão.

A declaração de quinta-feira também é notável porque mostra que a comunidade de inteligência fez pouco progresso na determinação das origens do vírus desde sua primeira declaração sobre o assunto em abril do ano passado.

Em uma audiência no Congresso no mês passado, a Diretora Nacional de Inteligência, Avril Haines disse ao Comitê de Inteligência do Senado que as agências de inteligência dos EUA ainda não sabem “exatamente onde, quando ou como o vírus da Covid-19 foi transmitido inicialmente” na China.

Mas há uma nova pressão sobre o governo para resolver o problema depois que o Wall Street Journal e a CNN relataram novas informações que ressaltaram a plausibilidade da teoria do laboratório, bem como novos comentários de Anthony Fauci – o principal conselheiro médico de Biden – que reconheceu que ele e outros cientistas podem ter sido muito definitivos em declarações públicas anteriores descartando essa possibilidade.

Um relatório de inteligência dos EUA descobriu que vários pesquisadores do Instituto de Virologia de Wuhan, na China, foram hospitalizados em novembro de 2019 com sintomas consistentes com Covid-19 e outras doenças sazonais – um novo detalhe sobre a gravidade e o momento em que seus sintomas.

A China relatou à Organização Mundial da Saúde (OMS) que o primeiro paciente com sintomas semelhantes aos de Covid foi registrado em Wuhan em 8 de dezembro de 2019.

O diretor do Laboratório Nacional de Biossegurança de Wuhan, que faz parte do Instituto de Virologia de Wuhan, negou veementemente o relatório, chamando-o de uma “mentira completa” para o tabloide estatal chinês Global Times.

Os legisladores no Capitólio também pressionaram Biden a se aprofundar na origem da Covid-19, já que o governo chinês afirma que o vírus se originou e se espalhou naturalmente.

A senadora democrata Patty Murray, de Washington, presidente do Comitê de Saúde, Educação, Trabalho e Pensões do Senado, pediu na quarta-feira “respostas claras” da comunidade de inteligência sobre as origens do coronavírus e disse que seu painel exploraria quaisquer opções adicionais que pudesse.

Também na quarta-feira, a legislação apoiada pelos senadores republicanos Josh Hawley, do Missouri, e Mike Braun, de Indiana, foi aprovada por consentimento unânime exigindo que o governo Biden, especificamente Haines, tire o sigilo de qualquer material relacionado às ligações entre o Instituto de Virologia de Wuhan e as origens da pandemia de Covid 19.

Enquanto isso, os EUA e seus aliados continuam a pressionar a China “para participar de uma investigação internacional completa, transparente e baseada em evidências e a fornecer acesso a todos os dados e evidências relevantes”. O governo chinês também resiste a se envolver na segunda fase de investigação da OMS.

CNN Brasil

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