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Indicadores mostram forte retomada da economia nos primeiros meses de 2021

 O avanço do PIB (Produto Interno Bruto) acima do que era esperado no 1º trimestre elevou as expectativas de crescimento da economia brasileira em 2021. É que a economia não só veio mais forte do que o esperado nos 3 primeiros meses do ano, como continua dando sinais de reação.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB do Brasil cresceu 1,2% no 1º trimestre de 2021, na comparação com os 3 meses imediatamente anteriores. O resultado superou as expectativas do mercado e, na avaliação do ministro da Economia, Paulo Guedes, aponta para um “crescimento bastante forte” neste ano.

Os principais indicadores econômicos sugerem que a retomada do crescimento continua. A arrecadação federal, que é um proxy da atividade econômica, por exemplo, seguiu batendo recordes em abril. O governo arrecadou R$ 608 bilhões no 1º quadrimestre, sendo R$ 156,8 bilhões apenas em abril.

FISCAL

Com a melhora da arrecadação, a situação fiscal também tem dado sinais de melhora. Em abril, houve superavit primário de R$ 24,3 bilhões no setor público consolidado, que reúne as contas de União, Estados, municípios e estatais. Já a dívida bruta do governo recuou 2,2 pontos percentuais, para 86,7% do PIB.

Recentemente, o governo ainda reduziu de R$ 286 bilhões para R$ 187,7 bilhões a expectativa para o deficit fiscal em 2021. A melhora vai permitir o desbloqueio de aproximadamente R$ 4,5 bilhões do Orçamento de 2021 nos próximos dias.

As contas externas também apresentaram superavit em abril, de US$ 5,66 bilhões. O resultado foi o melhor do mês da série histórica do BC (Banco Central), iniciada em 1995. Foi puxado pela balança comercial, que continuou positiva em maio. Segundo o Ministério da Economia, a balança comercial registrou superavit comercial recorde de US$ 9,3 bilhões em maio.

INVESTIMENTOS

Os investimentos, que ajudaram a puxar o PIB no 1º trimestre, também esboçam uma reação. O IDP (Investimento Direto no País) somou US$ 3,5 bilhões em abril, segundo o BC. Com isso, totalizou US$ 41,2 bilhões (2,80% do PIB) nos 12 meses encerrados em abril de 2021, ante US$ 39,3 bilhões (2,71% do PIB) no período anterior.

Logo depois, o Índice de Confiança Empresarial da FGV (Fundação Getúlio Vargas) subiu 7,9 pontos em maio, para 97,7 pontos. É, o maior nível desde março de 2014.

CONSUMIDOR

O Índice de Confiança do Consumidor da FGV também subiu em maio, mas de forma menos intensa. Foram 3,7 pontos de alta, para 76,2 pontos. Eis a íntegra das sondagens da FGV em maio.

Ainda há incertezas no âmbito familiar por conta da situação do mercado de trabalho, que tradicionalmente é o último a reagir de uma crise econômica. Em abril, o país criou 120.935 vagas de emprego formal. Mas o IBGE divulgou que a taxa de desemprego subiu para o patamar recorde de 14,7% no 1º trimestre deste ano.

ANÁLISE

Resiliência é o termo que tem dominado as análises do mercado financeiro sobre a economia brasileira. A avaliação é que a economia conseguiu lidar bem com o choque da 2ª onda da pandemia de covid-19 no 1º trimestre e continua dando sinais de recuperação.

Na avaliação da equipe econômica do Bradesco, “a resiliência da economia brasileira à 2ª onda de Covid se mostrou relevante” no 1º trimestre e “vários indicadores públicos e proprietários foram confirmando essa resiliência ao longo do semestre”. O banco afirmou ainda que os seus dados “apontam para forte aceleração do PIB ao final do trimestre”. Por isso, elevou de 3,3% para 4,8% a expectativa de crescimento do PIB em 2021.

Na mesma linha, o economista Rodolfo Margato, da XP Investimentos, disse que “as contas do PIB confirmaram a maior resiliência da economia doméstica no período recente” e que “os dados de atividade do 2º trimestre também vêm mostrando sinais relativamente favoráveis”. A XP também vai elevar a sua expectativa para o PIB de 2021, atualmente em 4,1%. “O desempenho da atividade econômica brasileira no 1º semestre de 2021 será muito mais sólido do que o projetado há alguns meses”, afirmou Margato.

Apesar de o PIB ter apontado recuo de 0,1% no consumo das famílias no 1º trimestre, a CNC (Confederação Nacional do Comércio) também elevou a perspectiva de crescimento da economia brasileira em 2021, de 3,2% para 3,8%. A CNC diz que a vacinação contra a covid-19 traz perspectivas positivas para a atividade no 2º semestre.

“Esperamos que a economia se recupere visivelmente nos próximos trimestres, em conjunto com o progresso da vacinação contra a covid, uma reabertura gradual da economia, estímulo fiscal renovado e recuperação da confiança do consumidor e das empresas”, afirmou o chefe de pesquisa econômica do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos. O banco elevou de 4,6% para 5,5% a perspectiva para o PIB de 2021.

RISCOS

A pandemia ainda é apontada como um risco que pode afetar a atividade econômica e deve ser monitorado. Outro ponto de preocupação é a crise hídrica, que pode afetar o fornecimento e os preços da energia elétrica. Segundo os economistas, a questão elétrica ainda deve aumentar a pressão da inflação e elevar os juros um pouco acima do esperado. A MB Associados, por exemplo, prevê uma inflação de 5,8% em 2021. Ainda assim, elevou de 3,2% para 4,1% a perspectiva de crescimento do PIB neste ano.

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