Colunista da Folha, o jornalista Josias de Sousa informa que o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) parece mesmo decidido a tornar-se um personagem incômodo no Congresso.
Para evitar que o alarido das baterias amorteça as declarações que sacudiram Brasília na fase pré-carnavalesca, o senador decidiu subir à tribuna do Senado.
Prepara um discurso azedo. Pretende detalhar as perversões que desvirtuam a ação dos partidos políticos. Práticas que arranhou em entrevista veiculada há dez dias.
Para Jarbas, não se deve permitir que o Carnaval funcione como anestésico contra um debate que considera “urgente e inevitável”.
O senador trata a corrupção como “um tumor”, que precisa ser “lancetado”. No discurso, pretende ultrapassar as fronteiras do PMDB.
Vai mencionar, por exemplo, um flagelo que infelicita os governos estaduais e também o federal: o assédio dos partidos às arcas do Estado.
“Por que determinados partidos procuram governadores e presidentes da República para pedir espaço em diretorias financeiras de estatais?”, pergunta Jarbas.
“Qual é a explicação lógica, a justificativa racional para que um partido como PMDB reivindique o comando e diretorias financeiras de uma estatal como Furnas?”
A resposta às questões que o senador vai levantar, por óbvia, é conhecida até dos mármores que forram o prédio do Senado.
Os políticos acercam-se dos cofres das estatais para desviar verbas públicas. Em português claro: para roubar.
Jarbas conhece o problema de perto. Conta que, à época em que governou Pernambuco, legendas que o apoiavam apresentaram demandas do gênero.
Diz ter resistido: “Jamais admiti entregar estatal a partido político. Minas escolhas sempre recaíram sobre nomes técnicos”.
Dirá no discurso que o Congresso deveria aprovar uma lei que impusesse pela força o que muitos governantes deixam de fazer por bom senso.
“Deveríamos ter uma norma consagrando o entendimento de que diretoria financeira de estatal –pequena, média ou grande— nunca pode ir para partido político”.
Acusado pelo PMDB de produzir acusações “genéricas”, Jarbas dá de ombros. Diz que não é “auditor”. Acrescenta:
“Não estou atrás de nomes para dar. Meu interesse é o de combater práticas danosas, extirpar do meio político os usos e os costumes perniciosos”.
Afora o discurso, o senador articula com os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) a constituição de um grupo suparpartidário anticorrupção.
Conforme noticiado aqui, a trinca organiza para a semana que vem um encontro no qual a ação do grupo será esboçada.
Mal acomodado nos quadros do PMDB, Jarbas vai ao encontro com uma preocupação:
“Essa reunião não pode ser confundida como o embrião de um novo partido. Isso pode até surgir mais à frente, não nessa fase...”
“...Agora, todo o nosso esforço deve se voltar para o combate à corrupção e às práticas políticas nocivas...”
“...É preciso desnudar diante dos olhos da nação esse esquema nefasto dos partidos para alcançar os cofres do Estado”. Josias de Sousa
Para evitar que o alarido das baterias amorteça as declarações que sacudiram Brasília na fase pré-carnavalesca, o senador decidiu subir à tribuna do Senado.
Prepara um discurso azedo. Pretende detalhar as perversões que desvirtuam a ação dos partidos políticos. Práticas que arranhou em entrevista veiculada há dez dias.
Para Jarbas, não se deve permitir que o Carnaval funcione como anestésico contra um debate que considera “urgente e inevitável”.
O senador trata a corrupção como “um tumor”, que precisa ser “lancetado”. No discurso, pretende ultrapassar as fronteiras do PMDB.
Vai mencionar, por exemplo, um flagelo que infelicita os governos estaduais e também o federal: o assédio dos partidos às arcas do Estado.
“Por que determinados partidos procuram governadores e presidentes da República para pedir espaço em diretorias financeiras de estatais?”, pergunta Jarbas.
“Qual é a explicação lógica, a justificativa racional para que um partido como PMDB reivindique o comando e diretorias financeiras de uma estatal como Furnas?”
A resposta às questões que o senador vai levantar, por óbvia, é conhecida até dos mármores que forram o prédio do Senado.
Os políticos acercam-se dos cofres das estatais para desviar verbas públicas. Em português claro: para roubar.
Jarbas conhece o problema de perto. Conta que, à época em que governou Pernambuco, legendas que o apoiavam apresentaram demandas do gênero.
Diz ter resistido: “Jamais admiti entregar estatal a partido político. Minas escolhas sempre recaíram sobre nomes técnicos”.
Dirá no discurso que o Congresso deveria aprovar uma lei que impusesse pela força o que muitos governantes deixam de fazer por bom senso.
“Deveríamos ter uma norma consagrando o entendimento de que diretoria financeira de estatal –pequena, média ou grande— nunca pode ir para partido político”.
Acusado pelo PMDB de produzir acusações “genéricas”, Jarbas dá de ombros. Diz que não é “auditor”. Acrescenta:
“Não estou atrás de nomes para dar. Meu interesse é o de combater práticas danosas, extirpar do meio político os usos e os costumes perniciosos”.
Afora o discurso, o senador articula com os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) a constituição de um grupo suparpartidário anticorrupção.
Conforme noticiado aqui, a trinca organiza para a semana que vem um encontro no qual a ação do grupo será esboçada.
Mal acomodado nos quadros do PMDB, Jarbas vai ao encontro com uma preocupação:
“Essa reunião não pode ser confundida como o embrião de um novo partido. Isso pode até surgir mais à frente, não nessa fase...”
“...Agora, todo o nosso esforço deve se voltar para o combate à corrupção e às práticas políticas nocivas...”
“...É preciso desnudar diante dos olhos da nação esse esquema nefasto dos partidos para alcançar os cofres do Estado”. Josias de Sousa
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