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De ‘merda’ a ‘babaca’

Com uma popularidade nas nuvens, atestada por todos os institutos de opinião pública, o presidente Lula faz valer, em suas atitudes, a condição de quem pode tudo. Jeitão de todo-poderoso, que subestima a todos, com arrogância camuflada pela imagem, intocável, de pobre retirante nordestino. Se alguém ousar a criticá-lo, a defesa, pronta, vem de imediato: “É a elite brasileira que não suporta um ex-boia-fria no poder.”

A massa acredita piamente, pois, na figura construída de Lula, sente-se representada no topo do poder. Além, claro, do convencimento bondoso do Bolsa Família. Então, o homem do “pode tudo”. Até agredir a massa popular, com frases chulas do tipo “o povo está na merda”, sem levar em conta que ele já está no poder há sete anos.

Se a “merda” do presidente não lambuzou o sentimento da própria dignidade humana, qualquer outra coisa que Lula venha a falar será “fichinha”. Como o “babaca” que ele vociferou contra o senador Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, na reunião ministerial do meio de semana.

Não se justifica o tratamento desse nível a qualquer cidadão e em qualquer circunstância, imagine quando se trata de um presidente da República a um dirigente do maior partido de oposição.

Pior ainda, em plena reunião ministerial. Detestável. Mas, Lula pode. E pode muito mais, na condição de autoritário. Veja o dedo que ele está metendo no mingau do PMDB, o maior partido aliado e companheiro da hora do poder. Aceita, e quer, o PMDB como vice na chapa da ministra-presidenciável Dilma Rousseff, desde que o nome seja escolhido por ele, Lula.

Uma tremenda falta de respeito, mas nada de anormal em se tratando do petista, que está se metendo até em jogo de “bila ou boca”. Mas, e daí? Em se tratando de Lula, tudo pode. Ele é o “cara” do Barak Obama e o “messias” batizado pelo ditador venezuelano Hulgo Chávez. Então, quem somos nós, pobres brasileiros, para contrariar o “enviado”?

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