O jornalista, analista político e diretor de documentação do Diap Antônio Augusto de Queiroz faz uma previsão pessimista quanto à renovação no Congresso Nacional em 2010. Ele acha que ficará abaixo da média histórica, apesar da decepção e da desilusão de parcela do eleitorado com os deputados e senadores acusados diariamente de prática de corrupção.
Três pontos justificam o pessimismo do jornalista:
1 - quanto maior o índice de candidatos à reeleição, menor é o índice de renovação;
2 - o índice médio de reeleição é superior a 50%; e
3 - o índice médio de recandidatura é da ordem de 80%. Observando esses pontos, é possível entender a escassez de novos nomes na política brasileira. Quem concorre à reeleição, as vantagens são consideráveis. Queiroz cita que os deputados que concorrem à reeleição possuem pelos menos oito grandes vantagens comparativas em relação aos que disputam fora do mandato:
1 - nome e número conhecidos;
2 - serviços prestados;
3 - bases eleitorais consolidadas;
4 - cabos eleitorais fidelizados;
5 - dobradinhas amarradas;
6 - financiadores de campanha certos;
7 - acesso fácil aos veículos de comunicação;
8 - estrutura de campanha, com gabinete e pessoal à disposição em Brasília (DF) e no Estado. O analista acrescenta que, além dos fatores acima citados, “são poucos os nomes que estão fora da política que se dispõem a concorrer a mandato eletivo particularmente para a Câmara. Os custos de campanha e, principalmente, de imagem são enormes.”
Outro ponto observado é que “as vagas não preenchidas por reeleição, em sua maioria, são ocupadas por ex-parlamentares que retornam à Câmara ou por políticos que estavam exercendo outros mandatos, como ex-governador, ex-prefeito, ex-senador, ex-deputado estadual ou ex-vereador, ou por ocupantes de cargos políticos, como ex-ministro, ex-secretário, ex-presidente de estatal etc.”
A análise está perfeita. Realmente, não é possível acreditar que as eleições de 2010 ofereçam “sangue novo”, podendo ser dito, inclusive, que a política brasileira continuará com os seus personagens, devidamente respaldados pelo eleitor. Infelizmente.
0 Comentários