Domingo passado, 21, o PT do Distrito Federal realizou prévias para a escolha do candidato à sucessão do governador cassado José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM).
O processo transcorreu tranquilo, até o candidato derrotado, deputado federal Geraldo Magela, denunciar que houve “uso de poder econômico” para influenciar os militantes do partido em prol do vitorioso ex-ministro dos Esportes Agnelo Queiroz.
Um trecho da nota, assinada por Magela, é contundente: “Eu, particularmente, tenho severas críticas ao uso do poder econômico para influenciar os militantes, que foi abusivamente utilizado por alguns setores do partido.
Estas críticas devem servir para aprimorar nossos processos”. O fato, em si, não surpreende, afinal, esse tipo de prática é a cara do PT, pintada nos escândalos do “mensalão” e dos “aloprados”.
O que chama a atenção, na verdade, é que desta vez a denúncia partiu de dentro do partido, ou seja, não foi nenhum adversário, ligado às elites, que tentou jogar lema no partido de Lula. A denúncia do petista Magela ganha dimensão no momento em que o País se prepara para eleger o futuro presidente da República e que o PT terá participação direta com a candidatura Dilma Rousseff.
O episódio do Distrito Federal sugere, no mínimo, a desconfiança do que o PT poderá fazer para desequilibrar a disputa. Se uma prévia dentro do próprio partido foi vencida a custo do poder econômico, imagine o que o será feito na campanha eleitoral que se aproxima.
Não custa ilustrar que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, está sendo denunciado pelo Ministério Público de São Paulo pelo crime de desvio de dinheiro da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (BANCOOP) para campanhas políticas.
Provavelmente, tenha comandado um dos dutos do “Caixa 2” do PT, que teria oxinegado a campanha de Lula em 2002. A denúncia feita por Magela não pode, nem deve, passar em brancas nuvens.
Trata-se de um deputado experiente, faz parte da direção do PT do Distrito Federal e é membro do Diretório Nacional. A investigação é o mínimo que deve ser feito. Ou, do contrário, o cofre estará liberado.
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