Por Carlos Santos
Foi-se o tempo em que campanhas políticas eram feitas por intuição, "achismo" e apenas dinheiro, muito dinheiro. Hoje, tudo passa por uma base científica.
O Brasil é um país eminentemente urbano. Ambiente muito diferente do final dos anos 40 e início dos anos 50, quando éramos quase meio a meio de habitantes citadinos e rurais.Temos 80% da população em áreas metropolitanas, algumas metrópoles ou megalópoles e cerca de 20% ainda em áreas rurais.
Os segmentos A e B representam menos de 20% e todos os demais segmentos (C, D e E) aparecem em torno de 80%. A grande massa urbanizada é pobre e de baixa instrução.É esse mundão de gente que decide.
A alegoria do "formador de opinião" cada dia fica mais em xeque, sob suspeição ou análise desconfiada. Virou mero lugar-comum intelectual.Não é por acaso que o presidente Lula, por exemplo, tornou-se um Messias nos grotões e espaços populosos de baixa renda.
Reverteu imagem que a massa-gente tinha dele no final dos anos 80 e até meados de 90.
O assistencialismo e a pulverização de benefícios sociais ajudaram a formar outro modelo de formador de opinião. Esse universo humano não é dotado de capacidade cognitiva especial nem está situado em endereços elegantes.
Produz, assim mesmo, ondas concêntricas de conceitos e juízos de valor, que definem os caminhos à vitória eleitoral. Vale assinalar, que também pesa na produção desse cenário, a quebra do monopólio da opinião da chamada Grande Imprensa.
Ela não dita as regras como antes.Quem souber trabalhar melhor com essas e outras mudanças, terá maiores condições de vencer o desafio das urnas. Política é realmente uma ciência.
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