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Pobre Dilma!

Foto: Marcos Alves / O Globo

Dilma Rousseff apanhou feio ao visitar Minas Gerais e acenar com a possibilidade de os eleitores ali votarem nela para presidente da República e em Antônio Anastásia, o vice de Aécio Neves (PSDB) que assumiu o governo do Estado e é candidato à reeleição. A seu modo meio sem graça sugeriu o voto “Dilmásia”, que mais parece nome de remédio.

Alto lá, esperneou o senador Hélio Costa, aspirante a candidato do PMDB à sucessão de Aécio, que conta com o apoio do PT para ganhar. A ser assim, ele não se importaria com o voto do PMDB mineiro em seu nome e no nome de Serra.

A suposta derrapada de Dilma produziu um barulho danado. Que coisa feia! E logo onde o PT aposta na falta de entusiasmo do PSDB pela candidatura de Serra.

Curioso. Anastásia não foi sequer censurado ao dizer outro dia “que não haverá retaliação” contra prefeitos aliados do PSDB que preferirem apoiar Dilma a José Serra. Justificou-se: “Veja bem, a política em Minas Gerais é uma política feita sempre com base no entendimento e no convencimento com as idéias”.

Sei como é... Minas é diferente de outros Estados. Sei...

Dilma ainda representará uma perspectiva de poder por mais que se torne favorita tão logo Lula ponha a cara na tv e peça votos para ela. Anastasia, não. Está no poder há quase oito anos. Jamais foi um vice decorativo.

Se ela errou do ponto de vista dos que zelam pela pureza da política, convenhamos: ele errou tanto ou mais. E não apanhou por causa disso.

Na vida real os dois não erraram.

Por acaso Aécio recusou o apoio dos mineiros que votaram duas vezes nele para governador e duas vezes em Lula?

Serra recusará o apoio dos cearenses que pretendam votar nele e no governador Cid Gomes (PSB), candidato à reeleição e aliado de Dilma?

Voto não tem cheiro. E coerência na política é um produto escasso em jovens democracias.
Ganha eleição quem erra menos.

Dilma está em fase de intenso treinamento. Sente falta do padrinho ao seu lado. E da bem azeitada estrutura do Palácio do Planalto que a amparava nos apertos. Sua equipe de campanha mal foi montada – ou foi montada mal. Há muito bate-cabeça, fora a luta surda para ver quem influencia mais a candidata. Isso passa, gente! Ou piora.

O período mais difícil para os pré-candidatos é mesmo esse que se arrasta entre a data de uma eventual renúncia a cargo executivo e o início da campanha no rádio e na televisão em meados de agosto.

De fato, eles não têm muito que fazer por enquanto – salvo a montagem de palanques e a produção de fatos capazes de alimentar o apetite dos jornalistas. E é aqui, na maioria das vezes, que mora o perigo.

Foi infeliz o uso de uma foto da atriz Norma Bengell no meio de uma galeria de fotos de Dilma. Pior: ao invés de se desculparem pelo erro, seus responsáveis o atribuíram à visão equivocada das pessoas.

Quer dizer: não foram eles que erraram ao engendrar uma farsa boba. Fomos nós ao detectar o que deveria ter passado despercebido. O episódio “Dilma Bengell” acabou virando piada.

Todas as mancadas da candidata e de sua equipe serão relegadas a um passado distante quando Lula entrar em campo.

Serra leva a vantagem de ter disputado várias eleições. Essa é a primeira de Dilma.

Lula perdeu três eleições presidenciais para conseguir vencer a quarta. A primeira para ele mesmo. A segunda e a terceira para o Plano Real, que manietou a inflação. A propósito: segura, peão, do contrário ela volta!

Entre outras razões, Lula está tentando impor Dilma ao país para sentir o gostinho de na prática disputar sua quinta eleição. É fissurado em eleição.

De 1950 para cá somente um presidente fez seu sucessor – o general Ernesto Geisel, que ungiu o general João Figueiredo, aquele do “prendo e arrebento”. Não prendeu os colegas contrários à abertura política. Saiu do Palácio do Planalto pela porta dos fundos. Um desastrado!

Vença quem vencer não há desastre à vista. DO NOBLAT

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