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Saúde em baixa

Quando sair da presidência da República, daqui a 39 dias, o presidente Lula deixará uma enorme dívida com a saúde pública.

A área não recebeu o devido tratamento do governo petista, podendo ser dito, baseado nos números oficiais, que nos oito anos o dinheiro da saúde foi desviado para outras áreas ou outras “prioridades”.

Reportagem publicada pelo O Globo, edição de domingo, 21, revela que o investimento na saúde não acompanhou o crescimento dos gastos públicos desde o início do governo Lula.

“Enquanto as despesas correntes aumentaram 2,47 pontos percentuais (de 15,04% para 17,51%) em relação ao PIB entre 2003 e 2010, apenas 2% dessa alta foram destinados à saúde”, atesta o jornal.

Nesse mesmo período, para se ter uma ideia, os gastos com o Legislativo, Judiciário e Ministério Público aumentaram 30%, passando de 0,16% do PIB para 0,21%.

As despesas com o pessoal também acompanharam o crescimento do PIB, passando de 4,51% em 2003 para 4,78% em 2010, uma diferença equivalente a 11% do aumento total dos gastos no período.

E antes que algum petista adestrado lance insinuação de que esses números são da calculadora do que eles chamam de PIB (partido da imprensa golpista), um alerta: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão do próprio Governo, atesta o descaso com a saúde pública.

Segundo pesquisa do IBGE, durante os oito anos do governo Lula o número de leitos para internação em hospitais diminuiu de 443,2 mil para 431,9 mil.

Curiosamente, até 2007 o Governo arrecadava os bilhões da CPMF, o que sugere que o dinheiro não serviu para a saúde.

Esses dados comprovam que não há necessidade de recriar a famigerada CPMF, uma vez que o imposto nunca cumpriu a sua real função.

Na verdade, a CPMF sempre serviu para bancar outras necessidades, como os salários dos comissionados, que aumentaram de forma absurda nos últimos oito anos.

Em resumo: o Governo tem dinheiro para a saúde; falta apenas priorizar o setor. Lula deixa essa nódoa no seu governo. Quem sabe, Dilma Rousseff não consegue apagar. César Santos

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