Sábado de Zé-Pereira. O axé-forró e o frevo vão fazer barulho em várias cidades de Mato Grosso. Até Quarta-feira de Cinzas, 9. Festa pública, com dinheiro público. Nada demais. O dinheiro é do povo, nada mais justo de ser usado pelo povo. Certo? Errado.
É importante promover o Carnaval, preservar o evento de expressão popular, mas não se pode permitir o uso descabido do cofre público. Há um agravante por essas bandas do interior: quase a totalidade dos governantes municipais alega falta de recursos para oferecer serviços básicos à população, como saúde e educação, por exemplo.
O cidadão é testemunha da choradeira dos prefeitos, quase sempre reclamando das frequentes quedas da principal fonte de receita, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
No finalzinho de 2010, através da Federação dos Municípios, os gestores, em sua maioria, ameaçaram não pagar o décimo terceiro salário dos servidores públicos porque as Prefeituras não tinham dinheiro em caixa.
Vários deles cumpriram a ameaça e alguns sequer quitaram a folha de dezembro. Agora, três meses depois, esses mesmos prefeitos contrataram atrações musicais, trios-elétricos, palcos, camarotes e outros equipamentos necessários para o carnaval de rua. Contradição a toda prova.
De onde surgiu o dinheiro, se até pouco tempo não tinha para o básico do básico? Há uma desconfiança do Ministério Público, inclusive com linha de investigação em alguns estados, e, de que uma das modalidades de desvio de dinheiro público é a realização de festas populares.
Não vai daqui o prejulgamento ou a condenação prévia. Porém, a desconfiança é inevitável, diante da forma como determinados gestores priorizaram o carnaval de rua.
O Diário de Tangará não é contra o carnaval. Pelo contrário. Entende que a festa popular deve ser preservada. No entanto, é possível promovê-la sem comprometer o serviço público. É o mínimo que os senhores prefeitos deveriam fazer.
1 Comentários
Caro redator,
ResponderExcluirSou totalmente contra festa de carnaval com dinheiro publico, é inadmissível aceitar que maus administradores usem os recursos do erário publico para aumentar sua baixa popularidade, hoje estou em outro município trabalhando, conseqüentemente arrecadando mais recurso para o município, não é justo que esses recursos sejam torrados desta forma, nossa cidade carente de tudo, nossa infra estrutura esta podre... Vamos usar melhor os impostos de quem trabalha. Quem quer festa, que as banque.