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Quarenta juízes federais criminais vivem sob ameaça e segurança é precária, diz Ajufe

Paulo Ribas/Correio do Estado/Arquivo/Reprodução
Odilon, de MS, único a ter proteção permanente

Dos cerca de 300 juízes federais de varas criminais do país, 40 estão sob ameaça do crime organizado, pelo menos um a cada oito, aponta levantamento da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), que considera insuficiente a proteção oferecida pela Polícia Federal aos magistrados.

Único juiz federal que recebe proteção permanente da PF há 13 anos, Odilon de Oliveira, de Mato Grosso do Sul, afirma que foi reduzido de nove para seis o número de agentes que fazem sua segurança, depois dos cortes no Orçamento da União neste ano.

As equipes foram completadas com agentes de segurança patrimonial da Justiça. "Não é um pessoal treinado e serve apenas de motorista", diz Odilon, especializado no combate a crimes financeiros e ameaçado de morte por organizações que atuam na fronteira do estado com o Paraguai.

Em fevereiro, a PF descobriu um plano para matar a juíza Lisa Taubemblatt, de Ponta Porã (MS) que atua em um processo contra uma quadrilha do tráfico de drogas e armas. O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) anunciou proteção especial a ela, mas a juíza diz que os agentes só apareceram cerca de duas semanas após a promessa e foram embora dias depois. "O carro deles ficou dias parado lá [em frente à vara], e ainda de forma irregular. O máximo que ele fazia era estragar o gramado."

Outros juízes ameaçados contam só com a proteção dos seguranças das varas em que trabalham, caso de três dos dez que atuam em varas criminais do Rio de Janeiro. Uma delas é Adriana Cruz, que julgou casos relacionados à máfia de jogos ilegais. "Sua proteção é tão precária que ela comprou com o próprio dinheiro um carro blindado de segunda mão", diz o presidente da Ajufe, Gabriel Wedy, que conversou com os 40 juízes ameaçados. A Ajufe defende a criação de uma polícia judiciária, dedicada exclusivamente à proteção dos magistrados.

PF DIZ PROTEGER 3 DE MS - Pela assessoria de imprensa, a Polícia Federal disse não ter conhecimento do número de 40 juízes federais vivendo sob ameaça. A PF afirmou que protege o juiz Odilon e duas juízas, todos de Mato Grosso do Sul, e que não há deficiência nessa proteção. Conforme o órgão, a segurança de Oliveira foi remanejada para incluir agentes de outros Estados e não será prejudicada. A PF disse ainda que estuda treinar agentes de segurança dos tribunais. (As informações são da Folha de S.Paulo)

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