Este foi Jararaca, o pior dos cangaceiros do bando de Lampião

Quando a tropa de Lampião tentou saquear Mossoró (RN) no de 13 junho de 1927, este perigoso bandido se deu mal. Atingido por tiros de fuzil, um no peito e outro na coxa, ainda conseguiu fugir para a ribanceira de um rio, onde permaneceu por várias horas escondido debaixo de umas oiticicas. Porém, como estava muito ferido, perdendo sangue, chamou um pescador que por ali passava e pediu que ele fosse até a cidade comprar alguns remédios. Mesmo tendo recebido algum dinheiro para fazer o "favor" ao bandido, ao chegar à cidade contou o fato para a polícia. Esta, de imediato, fora até o local, onde efetuou a prisão do cangaceiro. Levado para a cadeia pública de Mossoró, onde hoje funciona o Museu do Cangaço, permaceu à exposição pública, sem comer e sem beber da sexta-feira, dia de sua prisão, até segunda-feira à noite. A cidade se preparava para dormir quando o sargento da PM e mais alguns soldados pegaram o preso, puseram-no sobre um jeep e o conduziram até o cemitério São Sebastião (onde também está sepultada dona alzenir Custódio da Silva - mãe deste blogueiro) para o "justiçamento". Alí, teriam-no obrigado a colaborar com a cavação da própria sepultura. Ele já se encontrava na cova quando o sargento teria dado-lhe uma coronhada de revólver na cabeça. Ao cair, ainda vivo, fora enterrado. Contam que tempos depois quando seu corpo precisou ser exumado, estava retorcido, sinal de que tentou sair em vão da sepultura. 84 anos depois do registro desse fato na cidade de Mossoró (onde vivi grande parte de minha vida) a história continua viva. Um fato curioso é quanto ao local onde Jararaca foi sepultado. Seu túmulo é o mais visitado no Dia de Finado. Há muitas e perfumadas flores em volta do mesmo.  Por Dorjival Silva