O ano começou no Brasil, agora que acabou o carnaval. Tem muita gente que acredita piamente nisso. E há até motivos para acreditar. Na política, então, nem se fala. Em janeiro, o Congresso estava de recesso porque ninguém, nem os nobres deputados e senadores, é de ferro. Pois bem, em fevereiro, foram votadas umas poucas medidas provisórias e nada mais. Esta semana também vai passar em branco. Nem pauta tem, já que ninguém espera que vá aparecer alguém em plenário, além de uns poucos gatos pingados que nem ambiente em casa devem ter. Sessão mesmo, só na terça-feira da semana que vem. E olhe lá.
Se os políticos estão de folga, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou ontem a sua campanha da fraternidade deste ano. E já foi logo pondo o dedo na ferida do governo. O tema deste ano é saúde pública. A CNBB até que despistou, mas a crítica é clara: “O SUS (Sistema Único de Saúde), inspirado em belos princípios como o da universalidade, cuja proposta é atender a todos, indiscriminadamente, deveria ser modelo para o mundo. No entanto, ele ainda não conseguiu ser implantado em sua totalidade e ainda não atende a contento, sobretudo os mais necessitados destes serviços”. Nada mais precisa ser dito. O SUS é uma ficção brasileira. Oportuna a discussão que a Igreja Católica quer fazer.
Já que o ano político começou – ou pelo menos está prestes a começar –, é bom ficar de olho. O Congresso tem uma série de projetos polêmicos para serem votados. Vai do novo Código Florestal à PEC-300, que aumenta o salário de policiais civis e militares e bombeiros. Sem contar a nova previdência do servidor. E é só o começo. Desta vez não do ano. Da pauta de votações.
0 Comentários