Pré-candidato ao governo, o senador Pedro Taques (PDT) afirmou que quem precisa dar explicações sobre envolvimento na Operação Ararath são os dois pré-candidatos da base aliada ao governo do estado: Julier Sebastião (PMDB) e Lúdio Cabral (PT). Taques analisa que o fato de ter recebido doações de campanha de um dos investigados é menos grave que a ligação de ambos com o suposto esquema.
“Os pré-candidatos do lado de lá também têm que explicar muita coisa, tem pré-candidato que já teve busca e apreensão e o outro o coordenador de campanha está preso”, disse se referindo ao ex-juiz Julier Sebastião da Silva (PMDB), alvo de um das fases da Operação Ararath e o ex-vereador Lúdio Cabral (PT), que contou com o apoio do ex-secretário Eder Moraes na campanha de 2012 à prefeitura de Cuiabá. “E que ilícito eu cometi? Recebi doação e declarei, qual o problema disso?”, questiona Taques, que ainda cita o fato de as contas do petista terem sido reprovadas na Justiça eleitoral.
Taques afirma que gostaria de ter influência sobre a Operação Ararath, conforme dizem os adversários. Ele aponta desespero nas contradições do grupo da situação quando tentam lhe envolver nas investigações. “Eles querem me manter isolado, que eu seja candidato sozinho, sem apoio de outros partidos”, defende-se. O senador não é investigado na operação, desencadeada em novembro do ano passado pela Polícia Federal, que apura crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. O nome do pré-candidato tem sido relacionado devido à amizade com o empresário Fernando Mendonça, o maior doador da sua primeira e única campanha eleitoral em 2010. Até ontem, a filha do empresário, Ariane Victor de Matos Mendonça, trabalhava no gabinete de Taques.
Taques contou que mantém uma relação de amizade com o Mendonça há 13 anos. ‘Não posso negar isso’. Ele diz que conheceu o empresário através de amigos em comum, sem dar detalhes. À época, o senador atuava como procurador da República. Pedro diz que pode ser responsabilizado porque um doador da sua campanha está sendo investigado. Ele reafirma que defende as investigações. ‘Eu entendo que as instituições devam funcionar’, acrescenta.
“Gostaria de ter influência, sim, mas não tenho porque são instituições republicanas”, responde o senador sobre as acusações de ter orquestrado a prisão do deputado José Riva (PSD). Taques aproveita o quadro político para criticar os adversários, embora sem citar nomes. Ele diz que não teria problemas, caso fosse investigado. Para o senador, os adversários tentam fazer ligação com o seu nome devido estar em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto. “O grupo adversário está desesperado com medo de perder o poder e eu não vejo outra razão para isso”, se explica.
“Eu vejo que é o momento político, algumas pessoas dizem que eu é que estou por trás das investigações e outros dizem que estou sendo investigado. É muito contraditório’, contrapõe.
Aliado na Ararath
O senador diz que não vê problemas em o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), estar em sua campanha. O socialista é investigado na operação por ter tomado empréstimo do empresário Junior Mendonça, pivô da Ararath.
O gabinete e a residência do prefeito foram alvos da operação. Mauro Mendes pegou R$ 3,4 milhões de empréstimo e não teria quitado. Portanto, uma empresa de Mendonça venceu um contrato, junto com a prefeitura da Capital, com dispensa de licitação, no valor aproximado ao que prefeito devia pelo empresário. O dinheiro teria sido usado na campanha eleitoral de 2012.
Para Taques, Mendes explicou o pedido do recurso e se antecipou quando deu explicações ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ao Ministério Público Federal. “Não me cabe julgar, eu não sou juiz, não sou procurador”.
Rumo à campanha- Taques não vê problemas em explicar durante a campanha a sua relação com Fernando Mendonça, que doou R$ 269 mil à sua campanha. “O que isso compromete em absoluto, o cidadão tem que entender. Se não entender é porque eu não expliquei direito ou porque não quis entender, faz parte do jogo político. Agora eu que não estou sendo investigado, não faço parte da operação, eu sou pré-candidato, porque um doador da minha campanha está investigado, eu estou comprometido com isso? Eu não tenho nada a temer”, discursa.
Sem citar nomes, o senador afirma que algumas pessoas não o querem governador de Mato Grosso. “O fato é este que para chegar ao governo, precisamos de partidos políticos, o fato de pessoas de partidos políticos estarem sendo investigados, eu vou ser candidato só e do PDT? Aí não querem que eu ganhe a eleição”, resume.
Apoio de partidos - O senador vem mantendo uma série de reuniões nos últimos dias com vários dirigentes de partidos políticos. Para isso, ampliou a estrutura da sede do PDT, que deve ser transformado em “QG de campanha”, no bairro Santa Rosa, em Cuiabá. “O povo fala que eu não sei fazer política. Meu primeiro mandato foi de senador, exerço um bom mandato, estou em primeiro lugar em todas as pesquisas para o governo e já temos 14 partidos no grupo”, diz Taques.
Além do PDT, formam o grupo neste momento o PSDB, DEM, PTB, PP, SD, PSB, PPS, PV, PRB, PSC, PSDC e PRP. O partido também tem conversas adiantadas com o PTdoB.
Apesar do amplo arco de aliança, o senador não considera que terá uma eleição fácil. Diz não ter dinheiro para a campanha. “Não existe eleição fácil, vejo as pesquisas eleitorais com respeito, mas na eleição de 2010 neste período estava com 6% e ganhei. Então, a melhor pesquisa é a do dia da eleição. Temos humildade e tranquilidade para ver que eleição é difícil, como convencer o cidadão, respeitar os pré-candidatos, ter humildade. Não existe ninguém ganho, temos que trabalhar, temos que ir atrás, estou disposto a tudo isso”, conclui.Mídia News
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