Acusados de integrar esquema de
compra e invasão de terras da União reservadas à reforma agrária, dois irmãos
do ministro da Agricultura, Neri Geller, entregaram-se no fim da noite de ontem
(quinta, 27) à Polícia Federal em Cuiabá (MT). Odair e Milton Geller devem prestar
depoimento já nesta sexta-feira (28).
A notícia é destaque de capa em
todos os jornais de circulação nacional e demais veículos de imprensa. Segundo
o Ministério Público Federal, Odair usou uma empregada para ocupar
irregularmente um terreno na região de Itanhangá (MT).
A defesa dos irmãos Geller, que
estavam prisão decretada pela Justiça Federal, nega o envolvimento de ambos em
ilícitos. Advogado responsável pelo caso, Edy Piccini diz que a mulher é, de
fato, exploradora legítima da área. “Ela tem raízes no município e tem o
terreno lá”, disse Piccini, segundo a Agência Estado.
O advogado vai aguardar a tomada
de esclarecimentos para então solicitar acesso ao inquérito da Operação Terra
Prometida, da PF. Em seguida, Piccini vai solicitar a liberação dos detidos.
Para ele, as prisões têm motivação política, “para atingir o ministro”. Neri
Geller vai ser substituído pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) em 2015.
Desde 1997
Ontem (quinta, 27), a Terra
Prometida prendeu 32 pessoas, entre servidores do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária e propriterários de terra no Meio-Norte do Mato
Grosso. Ao todo, foram cumpridos 146 mandados de busca e apreensão e mais 29
medidas proibitivas em dez municípios mato-grossenses.
Segundo o site do jornal O Globo,
as investigações sobre o esquema foram iniciadas em 2010, depois da veiculação
de reportagens do Jornal Nacional (TV Globo) sobre negociações ilegais de lotes
destinados à reforma agrária. Mas as fraudes são executadas desde 1997, diz O
Globo. A família Geller tem fazendas na região.
1 Comentários
Situação vexatória para a imagem de Mato Grosso.Uma vergonha.
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