ANTEROS PAES DE BARROS
Membros
do Ministério Público Federal e dois delegados da Polícia Federal, que atuam em
conjunto na “Operação Ararath”,
visitaram autoridades do Panamá para buscar provas do crime de lavagem
de dinheiro, que teria sido executado por membros do Poder Executivo do Estado,
da gestão passada.
Os
delegados e membros do MPF preferem não comentar o assunto. Uma fonte do Blog
informou que secretários do “alto calibre” podem ter as prisões decretadas nas
próximas horas.
Eles
teriam envolvimento no desvio de dinheiro público e na prática de crimes contra
o sistema financeiro que são alvos da “Operação Ararath”. Para não deixar
vestígios no Brasil, como forma de “lavar” o dinheiro, eles teriam remetido
valores para contas bancárias no Panamá.
Relembre a Operação Ararath
Em
novembro de 2013 a Polícia Federal desencadeou a primeira fase da operação. O
objetivo era apurar a prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.
Conforme as investigações, nos últimos seis anos, foi movimentada a quantia de
mais de meio bilhão de reais nas contas dos investigados, donos de empresas de
factoring que exerciam atividades exclusivas de instituição financeira e não
autorizadas pelo Banco Central.
Policiais
federais deram cumprimento a 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pela
5ª Vara de Justiça Federal, em Cuiabá, Várzea Grande e Nova Mutum, todas no
estado do Mato Grosso.
A
investigação, que teve início em 2011, constatou operações clandestinas no
Sistema Financeiro brasileiro, além da prática do crime de lavagem de dinheiro.
O grupo investigado utilizava-se de empresas de factoring (fomento mercantil)
como fachada para concessão de empréstimos a juros a diversas pessoas físicas e
jurídicas no Estado. Ele tinha como base operacional uma empresa de Várzea
Grande, que oficialmente encerrou suas atividades em 2012. A empresa era de
propriedade de Júnior Mendonça.
Os
recursos eram movimentados nas contas das factorings de outras empresas do
grupo, entre as quais se encontra uma grande rede de postos de combustíveis da
Capital, a Amazônia Petróleo. O principal crime apurado consiste no fato de que
as empresas de factoring, de natureza estritamente mercantil e com a finalidade
principal de assessoria e de compra de títulos de crédito, exercia outras
atividades exclusivas de instituição financeira, não autorizadas pelo Banco
Central, como, por exemplo, concessão de empréstimos com exigência de garantia.
Dos
documentos apreendidos deu início a outros desdobramentos da operação que
chegaram até políticos como Silval Barbosa, José Geraldo Riva, Eder Moraes,
Mauro Savi, além do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Sérgio Ricardo,
o ex-juiz Julier da Silva, construtoras como a Encomind e escritório de
advocacia.
Várias
ações já foram propostas na Justiça Federal, mas, segundo o próprio MPF já
noticiou deverão haver mais pessoas processadas, já que os procuradores ainda
estão em fase de análise de todo o material apreendido na casa e escritórios
dos acusados.
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