CAMILA RIBEIRO
O governador Pedro Taques (PDT) afirmou que a população de Mato
Grosso deve estar “desgostosa” após a Rede Globo, por meio do programa
"Fantástico", ter exibido uma extensa reportagem sobre esquemas de
corrupção investigados pelo Ministério Público no Estado.
“Fico pensando: a pessoa que veio de longe, de outro Estado,
aqueles que aqui nasceram e que devem estar um pouco desgostosos hoje, em razão
deste grande final de semana que tivemos. Mas, é possível sim, melhorar a cada
dia o Estado de Mato Grosso”, disse ele.
"Essa obra do VLT é um pepino gigantesco que o Estado tem
para resolver" As declarações foram dadas em entrevista concedida pelo
governador à Rádio Mega FM.
A reportagem exibida pelo Fantástico citou, entre outros pontos,
possíveis esquemas em obras da Copa do Mundo em Cuiabá, especialmente no caso
do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), orçadas em R$ 1,4 bilhão.
Taques admitiu que essa obra é um dos principais problemas que sua
gestão terá que resolver.
“Essa obra do VLT é um pepino gigantesco que o Estado tem para
resolver. Tenho a obrigação de encontrar um caminho para resolver. Nós
precisamos terminar a obra e eu tenho um compromisso com o cidadão em fazer
isso”, disse ele.
Apesar de manifestar intenção em finalizar o modal de transporte,
Taques voltou a cogitar a possibilidade de uma troca do VLT para o Bus Rapid
Transport (BRT), modal que havia sido inicialmente escolhido para a Capital e
Várzea Grande.
Ele alegou que a viabilidade dessa troca está sendo estudada por
equipes técnicas e afirmou que não admitirá que pressões políticas influenciem
numa tomada de decisão, tal como ele considera que ocorreu na última gestão.
“Imaginem vocês, até dado momento, a escolha era o BRT. De
repente, não por obra do Espírito Santo, foram a Brasília e mudaram para VLT”,
disse.
"Justamente por falta de ouvir técnicos em razão da pressão
política, fizeram o que fizeram com Cuiabá, rasgaram Cuiabá no meio" “Eu
não sou técnico dessa área, precisamos ouvir técnicos. Justamente por falta de
ouvir técnicos em razão da pressão política, fizeram o que fizeram com Cuiabá,
rasgaram Cuiabá no meio”, completou ele.
Audiências “indecentes”
O governador Pedro Taques disse ainda que, em breve, serão
realizadas audiências públicas para debater o assunto com a população.
Na oportunidade, ele ainda criticou as audiências que foram
realizadas à época da troca do BRT para o VLT. Taques classificou as discussões
como “indecentes”.
“Quem vai definir se é BRT ou VLT é o cidadão. Nós faremos
audiência públicas decentes, não como audiências que houve na Assembleia, que
eu assisti pela TV. Naquela ocasião, o promotor de Justiça Domingos Sávio e o
professor Luis Miguel da UFMT, que defenderam a não possibilidade do VLT quase
foram espancados. Foram acusados de pertencer a Máfia dos Combustíveis”,
afirmou ele.
Segundo Taques, a continuidade da obras do VLT depende desses
estudos de viabilidade técnica, bem como de um estudo tarifário que está sendo
elaborado pelo Governo.
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