ALLINE MARQUES
DO DIÁRIO DE CUIABA
O vice-governador Carlos Fávaro (PP) está encarregado de ajudar na
área de infraestrutura e, como intermediário na relação com o governo federal,
já conseguiu a informação de que duas empresas estariam interessadas na
concessão da Ferrovia de Integração do Centro Oeste (Fico), que é considerada
uma das prioridades da gestão de Dilma Rousseff (PT).
No entanto, a pauta junto a União não envolve apenas estradas e
ferrovias, o progressista pretende atuar fortemente para garantir que as
hidrovias funcionem em Mato Grosso.
A Fico foi lançada ainda em 2009, no governo de Luiz Inácio Lula
da Silva, e o edital para concessão chegou a ser lançado no início do ano
passado, mas até então a iniciativa privada não tinha demonstrado interesse
devido alguns ajustes que deveriam ser feitos nos projetos e no traçado.
A ferrovia é considerada estratégica para o escoamento da safra.
Ela deveria atravessar os estados de Goias, Mato Grosso e ir até Rondônia.
A princípio o primeiro trecho que será licitado, seria um traçado
de mais de 1084 quilômetros que ligaria os municípios de Lucas do Rio Verde até
Campinorte em Goiás, onde se integraria com a Ferrovia Norte-Sul.
Porém, as empresas reclamaram do prazo para conclusão das obras
que seria de 36 meses, algo que parece estar sendo sanado pelo governo Federal.
O vice esteve com o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Nogueira,
no dia 12 de janeiro e após receber a informação do interesse da iniciativa
privada na obra da ferrovia, Fávaro afirmou que acompanhará de perto este
processo.
Porém, além de ferrovia, a expectativa é de que o governo Federal
estimule as hidrovias.
“Precisamos definir qual a infraestrutura que precisamos e não é
apenas rodovia, precisamos de rodovia, ferrovia, não podemos esquecer a
hidrovia. O mundo inteiro navega em rios com cargas de commodities e é uma
dádiva de Mato Grosso ser cortado por vários rios e não aproveitamos este
potencial. Esta deve ser uma pauta para que a iniciativa privada e o governo
Federal também façam a parte deles”, afirmou.
Sobre as hidrovias, Fávaro destaca que uma lei aprovada pelo
Congresso deve estimular este modal de transporte pelo país e em Mato Grosso.
A nova legislação determina que juntamente com a construção de
barragens para hidrelétrica já seja feita a eclusa que permite a navegação.
Os trabalhos serão divididos entre os Ministérios de Minas e
Energia e do Transporte para que com isso seja acelerado o processo.
Apesar das expectativas serem positivas, devido a burocracia não
se deve esperar muito para 2015.
Com relação a Fico, por exemplo, uma recomendação do Tribunal de
Contas da União (TCU) que fixou em 5,3 bilhões de reais a estimativa de
investimentos na linha, deixou o setor privado apreensivo, já que as empresas
avaliam que o custo mínimo da obra seria de R$ 7 bilhões.
No entanto, o Ministério dos Transporte informou que está sendo
feitos os ajustes finais de conteúdo e forma do edital e do contrato de
concessão, garantindo que as empresas não terão ganhos apenas com a execução da
obra, mas também como concessionárias da linha.
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